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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 3: Fundamentação e Descrição <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> 145<br />

posições que tinham si<strong>do</strong> obtidas para o ranking de importância, ou seja, começan<strong>do</strong> pelo item<br />

considera<strong>do</strong> mais importante, que aparecia no topo <strong>do</strong> diagrama apresenta<strong>do</strong> ao perito, até ao<br />

menos importante, que aparecia na base <strong>do</strong> diagrama apresenta<strong>do</strong> ao perito.<br />

A reflexão efectuada no final dessa entrevista permitiu concluir que esta estratégia exigia um<br />

esforço mental significativo, da<strong>do</strong> que aspectos cuja temática era próxima e se inter-relacionava<br />

eram por vezes aborda<strong>do</strong>s em momentos temporalmente distantes, o que acabava por obrigar à<br />

―recuperação‖ mental desses temas. Além de mentalmente mais exigente, este processo também<br />

tendia a tornar a entrevista mais demorada e menos fluida, da<strong>do</strong> o constante ―saltitar‖ de temas.<br />

Em consequência desta reflexão decidiu-se proceder à alteração da sequência de apresentação <strong>do</strong>s<br />

itens.<br />

A nova estratégia a<strong>do</strong>ptada consistiu em ―arrumar‖ os itens em grupos com base na sua<br />

proximidade temática. Esta reorganização permitiu que a passagem pelos itens decorresse de forma<br />

mais encadeada, não só para os itens que faziam parte de um determina<strong>do</strong> grupo, mas também<br />

entre os próprios grupos, o que, segun<strong>do</strong> Rubin e Rubin [1995], pode tornar as entrevistas mais<br />

agradáveis e profícuas. Refira-se, porém, que esta ―arrumação‖ era totalmente transparente para o<br />

entrevista<strong>do</strong>, não haven<strong>do</strong> consciência de que tal agrupamento tivesse si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>.<br />

Embora a sequenciação <strong>do</strong>s itens estivesse genericamente delineada, o que sucedeu nas<br />

entrevistas, sobretu<strong>do</strong> com os entrevista<strong>do</strong>s mais dinâmicos e empenha<strong>do</strong>s, é que a ordem era<br />

frequentemente alterada pelo estabelecimento de ligações entre os vários itens.<br />

Após terem si<strong>do</strong> percorri<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os itens, ou pelo menos aqueles que a investiga<strong>do</strong>ra<br />

considerava ser mais importante abordar com aquele perito em particular, a entrevista era<br />

geralmente terminada perguntan<strong>do</strong> ao perito se desejava acrescentar algo mais ao que já tinha si<strong>do</strong><br />

dito.<br />

Durante esta fase de entrevista, houve a preocupação de seguir muitas das recomendações<br />

encontradas na literatura [Fontana e Frey 2000; Miles e Huberman 1994; Myers e Newman 2007;<br />

Rubin e Rubin 1995; Spradley 1979], com vista à criação <strong>do</strong> rapport necessário, ou seja, à criação<br />

de uma relação harmoniosa e de confiança entre a investiga<strong>do</strong>ra e o perito, que pudesse aumentar<br />

a probabilidade de sucesso desta fase.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, tentou estar-se atento a qualquer apreensão ou insegurança que fosse<br />

manifestada pelos peritos. De facto, houve <strong>do</strong>is casos em que, no início da entrevista, os peritos<br />

deixaram transparecer uma certa apreensão e um certo receio de que o contributo pudesse não

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