Governo Electrónico - Universidade do Minho

62 Capítulo 2: Governo Electrónico e Interoperabilidade entre SI na AP – Contexto e Conceitos
Assim, contrariamente à opinião geral partilhada, a procura de um elevado nível de
integração entre os sistemas poderá não constituir a solução mais adequada para um determinado
contexto [Aubert et al. 2003; Lee e Myers 2004; Pavlou e Singletary 2002; Sasovova et al. 2001],
já que pode comprometer significativamente a flexibilidade e capacidade de reacção das
organizações.
Outra vantagem da interoperabilidade resulta do princípio federalista que lhe está subjacente
[Chen 2005; Chen e Doumeingts 2003; Daclin 2005; Tsagkani 2005]. O federalismo é descrito por
Schwarzenbacher e Wagner [2005] como o princípio estrutural e organizacional pelo qual entidades
independentes e autónomas conjugam esforços com vista a alcançar um funcionamento global,
mas preservando, tanto quanto possível, a sua individualidade, autonomia e independência. Com
efeito, apesar das entidades participantes num cenário de interoperabilidade operarem
conjuntamente no sentido de promover a imagem de um todo, a sua independência e autonomia de
funcionamento é mantida [Lueders 2005], permitindo que estas preservem a sua própria identidade
e forma de operar [Daclin 2005; Lueders 2005]. Este cariz federalista da interoperabilidade pode
ser extremamente importante por duas razões. Por um lado, porque se espera que o nível exigido
de abertura e exposição das entidades participantes seja menor, e por outro porque o grau e a
profundidade da mudança de que essas entidades serão alvo poderão também ser menos
significativos, quando comparados com os requeridos numa solução de forte integração.
2.3.2 Interoperabilidade no Domínio do Governo Electrónico
Terminada a exposição das principais ideias que estão subjacentes e que caracterizam
genericamente o conceito de interoperabilidade, a atenção nesta secção é dirigida para a forma
como a temática da interoperabilidade se manifesta no domínio específico do governo electrónico.
A subsecção começa por apresentar a interoperabilidade como uma preocupação pertinente
e recente no domínio do governo electrónico ao que se segue uma perspectivação da forma como
este conceito é abordado e interpretado neste domínio particular. A subsecção termina com uma
menção aos principais tipos de esforços que traduzem a forma como a generalidade dos países tem
vindo a responder ao desafio da interoperabilidade.