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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 2: <strong>Governo</strong> <strong>Electrónico</strong> e Interoperabilidade entre SI na AP – Contextos e Conceitos 55<br />

à procura de soluções para ultrapassar as diferenças existentes entre os sistemas no que concernia<br />

às questões de hardware e de software [Cava e Guijarro 2003; EC 2003a; Guijarro 2004].<br />

Apesar da perspectiva técnica constituir o aspecto mais aparente da interoperabilidade [Miller<br />

2000], alguns autores têm vin<strong>do</strong> a realçar o facto de que esta perspectiva não assegura, por si só, a<br />

interoperabilidade efectiva <strong>do</strong>s sistemas [Busson e Keravel 2005a; EC 2004; EPAN 2003; Kasunic e<br />

Anderson 2004; López 2004; Miller 2000]. Kasunic e Anderson [2004] socorrem-se de um exemplo<br />

básico para ilustrar tal facto. Segun<strong>do</strong> os autores, duas pessoas que utilizem exactamente o mesmo<br />

modelo de transmissores e a mesma frequência de transmissão podem não ser capazes de<br />

interoperar, particularmente se, por exemplo, uma pessoa falar apenas inglês e a outra apenas<br />

português. Como salientam os autores, para que a interoperabilidade seja possível, ambas as<br />

pessoas devem ser capazes de transmitir, receber e entender da mesma forma a informação<br />

trocada.<br />

Embora, como advertem Carney et al. [2005, p. 4], para que <strong>do</strong>is ou mais sistemas<br />

interoperem seja necessário que ―os pinos de hardware estejam alinha<strong>do</strong>s, que os protocolos de<br />

comunicação sejam coerentes, que os formatos e estruturas de da<strong>do</strong>s sejam compreensíveis e que<br />

os mecanismos de invocação de sistema sejam partilha<strong>do</strong>s (…) mesmo com todas estas coisas<br />

garantidas para assegurar a conectividade <strong>do</strong>s sistemas, continua sem haver garantia que os<br />

sistemas envolvi<strong>do</strong>s sejam capazes de converter sinais, bits e bytes na informação necessária para<br />

realizar a tarefa pretendida. Ambos os sistemas têm que interpretar coerentemente o significa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s comunica<strong>do</strong>s entre eles; têm que ter interoperabilidade semântica‖.<br />

Assim, a perspectiva técnica da interoperabilidade deve ser complementada com uma<br />

perspectiva semântica. Esta perspectiva refere-se à capacidade de que entidades distintas e<br />

heterogéneas consigam interpretar, compreender e associar o mesmo significa<strong>do</strong> às mensagens<br />

informacionais entre elas trocadas [Busson e Keravel 2004; EC 2003a; EPAN 2003]. Para tal, os<br />

sistemas têm que ser capazes de fazer interpretações coerentes <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

comunica<strong>do</strong>s entre eles [Aubert et al. 2003; Carney et al. 2005], sen<strong>do</strong> necessário a existência de<br />

infra-estruturas e mecanismos que suportem e permitam o alinhamento semântico entre eles [Dodd<br />

et al. 2003; Moulin et al. 2005]. A importância de desenvolver esforços ao nível semântico é<br />

sublinhada por Pollock [2005], segun<strong>do</strong> o qual a resolução de incompatibilidades ao nível <strong>do</strong><br />

significa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s constitui a parte mais exigente, em termos de tempo e custo, <strong>do</strong>s projectos<br />

de interoperabilidade.

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