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GÉRER LA DIVERSITÉ EN CLASSE DE FLE
O desenvolvimento do multilinguismo e o reforço da aprendizagem das línguas revestem-se
de uma particular importância, tendo em conta o seu impacto na competitividade
da economia, tal como é sublinhado na Comunicação da Comissão Europeia sobre o multilinguismo,
de Novembro de 2005. Interessa, por isso, impulsionar o ensino das línguas
na formação profissional. A ideia não é nova, e já no Simpósio de Sintra, em 1989, foram
definidas as bases do projecto de aprendizagem das línguas com orientação profissional.
Tomou-se então consciência da importância da competência linguística, a par da competência
profissional, como forma de favorecer a mobilização dos trabalhadores entre vários
países, os contactos entre colegas de trabalho e com os parceiros económicos. Conhecer
línguas torna-se um trunfo para o acesso ao emprego.
Na Europa actual, não basta conhecer, falar ou compreender uma língua estrangeira;
nesse contexto, aprender Francês continua a fazer sentido e poderá representar uma
mais-valia em termos de mercado de trabalho. Com efeito, existem grupos profissionais
com necessidades linguísticas específicas a quem são exigidas competências particulares.
Sectores profissionais como o turismo e o comércio aparecem assim como "os novos rumos"
para as línguas, sobretudo para o Francês à procura de novos espaços de actuação.
Na opinião de Odile Challe, "la langue française a donc un rôle à jouer pour apporter cette
valeur ajoutée discriminante." (2002 : 133).
Para este tipo de público, o ensino generalista da língua poderá não ser o mais adequado;
cabe portanto às instituições e aos professores de Francês encontrar as soluções
que cada situação exige. Podemos assim afirmar que, paralelamente ao ensino regular
de carácter geral, existe um outro mais dirigido, com objectivos, metodologias e práticas
didácticas diferentes. Todavia, nem sempre os professores receberam uma formação
adequada às particularidades deste tipo de ensino, e são muitas as interrogações
que ainda se colocam face às dificuldades que enfrentam no dia-a-dia. Os professores
de Francês não são excepção, com a agravante de que, em muitas escolas profissionais
ou centros de formação, existe apenas um professor da língua, o que provoca necessariamente
sentimentos de insegurança e um acréscimo de responsabilidade pedagógica
para cada um deles.
2 – O ensino do Francês para fins específicos
Se hoje parece haver consenso sobre a utilização da sigla FOS (français sur objectifs
spécifiques), ao longo dos anos, foram várias as designações para uma realidade aparentemente
semelhante. Lehmann (1993) apresenta algumas delas: francês de especialidade,
francês científico e técnico (anos 60), francês instrumental, francês funcional (anos
70), francês para fins específicos (a partir dos anos 80), entre outros. O autor considera
que a diversidade de denominações não se deve apenas à evolução da Didáctica, mas,
sobretudo, à incidência nos tipos de discurso ou variedade das línguas, nas competên-
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