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gérer la diversité en classe de fle - APPF - Fédération Internationale ...

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O ENSINO DO FRANCÊS PARA FINS ESPECÍFICOS: UM DESAFIO E UMA APOSTA<br />

cias que se pret<strong>en</strong><strong>de</strong> trabalhar, nos objectivos ou no público.<br />

Qualquer que seja a d<strong>en</strong>ominação escolhida, e <strong>de</strong> uma forma mais ou m<strong>en</strong>os re<strong>fle</strong>ctida,<br />

<strong>en</strong>sinar Francês para fins específicos é uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que se fa<strong>la</strong> pouco em<br />

Portugal.<br />

Começando pelo público a que se dirige, po<strong>de</strong>mos caracterizá-lo como muito variado.<br />

Em primeiro lugar, <strong>en</strong>contramos os alunos das esco<strong>la</strong>s profissionais ou dos c<strong>en</strong>tros<br />

<strong>de</strong> formação, IEFP ou outros. Muitos <strong>de</strong>les tiveram um passado atribu<strong>la</strong>do no <strong>en</strong>sino regu<strong>la</strong>r<br />

e nem sempre aceitam "mais do mesmo"; para estes, sobretudo, impõe-se um <strong>en</strong>sino<br />

difer<strong>en</strong>te, que os cative, que lhes dê vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apr<strong>en</strong><strong>de</strong>r, baseado no saber-fazer,<br />

na aplicação prática dos conhecim<strong>en</strong>tos linguísticos, na simu<strong>la</strong>ção das situações profissionais<br />

que irão <strong>en</strong>fr<strong>en</strong>tar no futuro. A gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> dos professores <strong>de</strong> Francês<br />

é a gestão da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> níveis: na mesma turma, po<strong>de</strong>mos <strong>en</strong>contrar alunos que<br />

nunca tiveram Francês e outros com vários anos <strong>de</strong> apr<strong>en</strong>dizagem, mas com graus difer<strong>en</strong>tes<br />

<strong>de</strong> conhecim<strong>en</strong>to real da língua. Outra dificulda<strong>de</strong> é o confronto com programas,<br />

na maioria, ina<strong>de</strong>quados a este tipo <strong>de</strong> público, <strong>de</strong>masiado vagos ou g<strong>en</strong>eralistas,<br />

ambiciosos em termos <strong>de</strong> competências exigidas e que não vão ao <strong>en</strong>contro das suas<br />

necessida<strong>de</strong>s reais: utilizar a língua em contextos profissionais concretos, muitas vezes<br />

perante fa<strong>la</strong>ntes nativos (por exemplo, no sector do turismo). Se acresc<strong>en</strong>tarmos que<br />

cada curso apres<strong>en</strong>ta um perfil profissional próprio, que <strong>de</strong>ve ser tido em conta por todas<br />

as disciplinas, e que um professor <strong>de</strong> Francês po<strong>de</strong> ter alunos <strong>de</strong> vários cursos, torna-se<br />

evid<strong>en</strong>te a dificulda<strong>de</strong> que há em gerir toda esta diversida<strong>de</strong>.<br />

Para além do público dos cursos profissionais, <strong>en</strong>contramos outros com necessida<strong>de</strong>s<br />

específicas. É o caso dos estudantes do <strong>en</strong>sino superior que necessitam <strong>de</strong> aperfeiçoar<br />

os seus conhecim<strong>en</strong>tos linguísticos <strong>de</strong> forma a po<strong>de</strong>r consultar bibliografia em Francês,<br />

a apres<strong>en</strong>tar um trabalho académico ou a manter contactos com especialistas francófonos<br />

da sua área <strong>de</strong> estudos. Um terceiro tipo <strong>de</strong> público provém geralm<strong>en</strong>te das empresas,<br />

dispõe <strong>de</strong> muito pouco tempo para a formação, e tem objectivos <strong>de</strong> apr<strong>en</strong>dizagem<br />

concretos: contactar com parceiros ou cli<strong>en</strong>tes estrangeiros, realizar estágios noutro<br />

país, consultar docum<strong>en</strong>tação noutra língua, etc. Na maioria dos casos, recorrem a<br />

institutos <strong>de</strong> línguas, à Alliance Française, ou a professores particu<strong>la</strong>res, muitas vezes fa<strong>la</strong>ntes<br />

nativos.<br />

Como se po<strong>de</strong> ver, estamos perante uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações que exige o <strong>de</strong>s<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to<br />

<strong>de</strong> competências várias, no âmbito da escrita ou da oralida<strong>de</strong>, uma maior<br />

insistência na compre<strong>en</strong>são ou na produção, e a abordagem <strong>de</strong> temáticas com léxicos<br />

próprios e específicos. Em re<strong>la</strong>ção a estes dois últimos públicos, não po<strong>de</strong>mos fa<strong>la</strong>r <strong>de</strong><br />

programas ina<strong>de</strong>quados, mas <strong>de</strong> programas inexist<strong>en</strong>tes à partida. Caso a caso, cabe ao<br />

professor construir o seu programa, após ter analisado as necessida<strong>de</strong>s concretas do seu<br />

público, e o seu grau <strong>de</strong> conhecim<strong>en</strong>to da língua (que po<strong>de</strong> ser ainda mais díspar do que<br />

no <strong>en</strong>sino profissional), o tempo <strong>de</strong> que dispõe, os materiais a que tem acesso, etc.<br />

SUPLEMENTO 2006<br />

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