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GÉRER LA DIVERSITÉ EN CLASSE DE FLE
A construção de um programa é um acto dinâmico e o seu resultado um
produto flexível, moldável, acolhedor de constantes correcções (…) [que]
está continuamente sujeito a aferições, avaliações, reconstruções, resultante
não só do progresso do aprendente, como da descoberta de novas necessidades
sucedâneas. (Adragão, 2004: 7)
Por muita experiência de ensino que tenha, geralmente o professor de Francês não
é um conceptor de programas, daí que não lhe seja fácil construir programas à la carte,
num curto espaço de tempo, e atendendo às exigências do público e da instituição.
Quem são os professores de Francês para fins específicos Exceptuando um ou outro
falante nativo (nem sempre com formação em línguas!), na maior parte dos casos, são
professores do ensino regular, alguns em início de carreira, que não receberam formação
específica, e que começam a leccionar às turmas ou grupos sem terem tido um tempo
razoável de preparação. Muitas vezes sozinhos, têm de definir objectivos, seleccionar
conteúdos e estratégias de acordo com o público-alvo, tudo isto com escassez de materiais
e até pouco conhecimento das especificidades da linguagem das áreas técnicas
ou profissionais a que leccionam.
A questão que se coloca então é: como fazer bem com os escassos meios de que dispomos
Falando com professores no terreno, chega-se à conclusão de que a solução passa
por um trabalho de equipa e a interdisciplinaridade. Porque não construir o programa
específico de Francês com base nas disciplinas práticas das áreas técnicas, em parceria
com os professores dessas disciplinas Serão estes os mais indicados para fornecer dados
sobre o contexto profissional em que os alunos vão movimentar-se, mas também sobre
os discursos, o léxico, numa palavra, as necessidades desses aprendentes.
Em relação à selecção dos conteúdos, Lousada afirma:
La nécessité d’avoir un contenu qui soit mieux adapté aux apprenants est
pratiquement indispensable aujourd’hui dans le domaine de l’enseignement
des langues étrangères (…) Cela est encore plus pertinent dans le cas
de l’enseignement d’une langue sur des objectifs spécifiques, étant donné
que c’est précisément la spécificité des situations de communication dans
lesquelles l’apprenant devra agir et réagir qui déterminera le contenu à enseigner.
(Lousada 2004 : 126)
Atendendo à quase inexistência de materiais didácticos, incluindo manuais, adaptados
às necessidades de públicos tão diversos, resta ao professor pesquisar e criar os seus
próprios materiais a partir de documentos autênticos usados pelos profissionais do sector
(catálogos de produtos, folhetos, publicidade, faxes, etc.). O contacto pessoal com
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