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O ENSINO DO FRANCÊS PARA FINS ESPECÍFICOS: UM DESAFIO E UMA APOSTA
os profissionais no terreno revela-se igualmente profícuo e poderá fornecer pistas para a
construção dos programas.
Todavia, ensinar a língua para fins específicos não significa fornecer apenas listas de
vocabulário e treinar diálogos de situações profissionais possíveis, não significa abdicar do
estudo das estruturas básicas da língua nem da gramática. Tão pouco significa descurar
certas competências (por exemplo, escrever uma carta) e insistir apenas nas competências
da oralidade. Para muitos autores, não existe uma verdadeira dicotomia entre língua
geral e línguas para fins específicos; no entanto, estabelecem diferenças que devem ser
tidas em conta.
Le système linguistique, le code, est le même pour tout le monde mais chaque
locuteur procède à un découpage différent d’après la situation de communication
dans laquelle il se situe, les opérations, les intentions de communication
à réaliser. (Binon e Verlinde, 2004 : 1)
Igualmente importante é a escolha das estratégias. O ensino da língua para fins específicos
é uma boa oportunidade para improvisar, inovar, experimentar outras formas de trabalhar;
é preciso não esquecer que estamos a lidar com um público (praticamente) adulto
que não aceita qualquer tipo de tarefa ou material. Por exemplo, no sector do turismo
ou do comércio, vários autores (Yaiche, 1996; Pacthod, 1996) apresentam as simulações
globais como a forma ideal de conciliar aprendizagem e diversão.
O ensino do Francês para fins específicos é uma vertente da Didáctica com particularidades
e exigências que impõe aos professores um trabalho de rigor, mas também de
criatividade, e que representa ainda hoje um desafio e uma aposta.
Helena Camacho Costa
Escola Secundária D. João II – Setúbal
Escola Superior de Educação – Setúbal
Bibliografia
ADRAGÃO, J.V. (2004): «Português para engenheiros», in Actas do encontro A linguística
e o ensino das línguas, Setúbal, ESE / Associação Portuguesa de Linguística.
BERCHOUD, M-J. (2004): «Communication de spécialité, culture(s), mondialisation»
in M-J. Berchoud e D. Rolland (coord.), Français sur objectifs spécifiques : de la langue
aux métiers, Paris, Le Français dans le Monde, Janeiro 2004.
BINON J. e VERLINDE S. (2004): «Langue(s) de spécialité(s) : mythe ou réalité ».
www.kuleuven.ac.be
SUPLEMENTO 2006
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