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<strong>EMBAIXO</strong> das velhas <strong>ESTRELAS</strong><br />
do início da caminhada. Procurou anular suas memórias para<br />
que elas não atraíssem raciocínios que bloqueariam o que ele<br />
começava a sentir.<br />
Seu peito ganhou olhos que enxergaram um grande brilho,<br />
que começava dentro de si e iluminava tudo ao redor. Ele<br />
também estava raiando. A grande noite das vísceras havia<br />
ficado para trás. Seus olhos da face percebiam que tudo ao<br />
seu redor também individualmente raiava e tornava-se fonte<br />
de luz. O mundo pareceu-lhe completamente encantado, as<br />
individualidades se bastavam em suas suficiências, e devido<br />
a essa mesma razão, perdiam suas necessidades de continuar<br />
sendo individuais.<br />
As luzes pareciam se cumprimentar exibindo suas<br />
exuberâncias. As plantas de folhas maiores começaram a ser<br />
envolvidas por halos. Cada objeto era fonte, mas também<br />
anteparo para as luzes emitidas por outros. Ele sentiu-se assim,<br />
de seu interior jorravam luzes, mas sua própria presença na<br />
terra seria uma eterna fábrica de sombras. Sua condição era<br />
a contradição. desviou-se do raciocínio fatalista, seus olhos<br />
queriam nutrir-se da beleza que acontecia. Então as efêmeras<br />
cores e sombras dançaram para ele. Se pudesse enxergar-se veria<br />
que nunca seus olhos tinham brilhado tanto. Eles também<br />
mudavam de cor, afetados pelo jogo de luzes e sombras.<br />
Cada vez mais fortes, os raios atravessavam os arbustos mais<br />
fechados. O chão estava amarelado de luzes e a pequena faixa<br />
escura ao lado dos arbustos, clareava-se aos poucos. Os pássaros<br />
cantavam e voavam. A vida renascia e seu peito continuava a