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<strong>EMBAIXO</strong> das velhas <strong>ESTRELAS</strong><br />
mais determinado. Havia se esquecido de tudo o que conhecia<br />
e toda sua atenção e energia estavam direcionadas na busca do<br />
que desconhecia.<br />
Finalmente a distância que o separava do objeto começou a<br />
ceder diante de seu esforço, mesmo assim ainda não conseguia<br />
identificar o que era. Abriu espaço em sua mente para<br />
especulações, desejava saber não somente o que era aquilo, como<br />
também as possíveis conseqüências de cada hipótese. Agora<br />
saíam de seus olhos lágrimas reais causadas por suas tentativas de<br />
encarar o sol, que estava bem atrás do grande objeto. Lembrouse<br />
do pressentimento que tivera quando o suor escorrera de<br />
seus olhos, as lágrimas verdadeiras tinham escorrido mais<br />
cedo do que ele poderia imaginar, e por uma razão que jamais<br />
desconfiaria. Isso o conduziu a uma daquelas conclusões que<br />
ele detestava, pois representavam o contrário daquilo em que<br />
acreditava: as evidências do evidente são pouco evidentes.<br />
Quanto mais se aproximava, mais o sol interferia em sua<br />
visão. decidiu caminhar olhando para seus pés. Observava<br />
seus passos para poupar seus olhos. Entretanto, sua mente<br />
pintava a cada instante um retrato do objeto misterioso. E essas<br />
representações, simbolizadas por alguns objetos que existiam e<br />
outros que não, transmitiram-lhe um frio na barriga que ele não<br />
sentia desde os tempos de infância. Eventualmente levantava a<br />
cabeça para verificar se caminhava na direção correta, mas o sol<br />
continuava lá, bloqueando sua visão.<br />
Olhou fixamente para o trabalho de seus pés, o movimento<br />
dos ossos, reparou na marca que seus calcanhares deixavam na<br />
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