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<strong>EMBAIXO</strong> das velhas <strong>ESTRELAS</strong><br />
que a ilusão não viesse de seus olhos e sim de sua mente. Olhou<br />
para seus pés, que pareciam bem e estavam livres das manchas.<br />
Foram os pés, que lutando contra o desânimo, reiniciaram a<br />
caminhada.<br />
A vida continuava completamente ausente de seu percurso,<br />
nenhum sinal de insetos, nenhum pássaro no céu, nada além<br />
dele próprio se movendo no meio da vegetação. Apesar de<br />
perceber esse fato, isso parecia não perturbá-lo. Talvez, sem<br />
perceber, ele estivesse começando a viver de maneira mais<br />
neutra. Esse estado que poderia estar tomando-o para si, talvez<br />
tivesse começado sua invasão pelos pés. Que não se importaram<br />
muito com o desânimo que possuía todo seu corpo e deram a<br />
primeira ordem para que ele seguisse avante.<br />
Assim como aconteceu com a grande árvore de flores<br />
amarelas, a distância parecia que recusava-se a ser vencida,<br />
e depois de caminhar um bom tempo, as flores coloridas<br />
pareciam estar à mesma distância de quando dera o primeiro<br />
passo. A hipótese da ilusão ganhou força, mas seu corpo<br />
continuou caminhando. Não pensava em nada, andava olhando<br />
para o chão e de vez em quando verificava se a distância havia<br />
diminuído. Mas da mesma forma que aconteceu com a árvore<br />
de flores amarelas, quando ele já não esperava mais, a distância<br />
começou a ceder e pôde confirmar que as flores não eram<br />
ilusão. Elas ainda estavam bem longe mas a mancha colorida<br />
começava a ganhar contornos.<br />
Antes que seu cérebro pudesse raciocinar, suas pernas<br />
aumentaram a velocidade dos passos. Ele gostava de surpresas e<br />
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