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<strong>EMBAIXO</strong> das velhas <strong>ESTRELAS</strong><br />
que se formava, e na qual estava imerso. Nenhuma delas tinha<br />
mais importância do que qualquer das outras. Sentia-se dentro<br />
de uma grande bola de natureza, e ela havia se transferido para<br />
dentro de sua cabeça, formando uma bola de idéias.<br />
Sabia que essas duas bolas isoladas poderiam arrebentar<br />
suas fronteiras formando uma única. E o resultado disso seria<br />
uma grande sensação de união, epifania, revelação, parecida<br />
com a que tinha passado quando tentara agarrar as estrelas.<br />
Mas não era isso que queria, já havia provado daquela sensação<br />
maravilhosa, mas agora queria algo novo, desejava manter seus<br />
pés no chão. Não queria dissolver seu ego, pretendia utilizá-lo<br />
para apreciar os sabores que o momento lhe proporcionava.<br />
Precisaria de um cérebro racional, que fosse deglutindo e<br />
formando conceitos. Sabia que, se se deixasse levar por um<br />
êxtase de sentidos, acabaria deglutindo muito mais do que se<br />
decidisse percorrer o caminho racional. Mas era um homem<br />
cheio de limites e fronteiras e teria de viver dentro de suas<br />
restrições.<br />
Escolher um, quando se tem a possibilidade de optar por<br />
mil, a princípio foi uma decisão difícil. Mas, aos poucos, foi<br />
encontrando cada vez mais sabedoria nela. Aquilo era um riacho<br />
envolto por natureza e ele era um homem nu que contemplava<br />
essa natureza. Nada mais precisaria ser dito. A observação<br />
desvendaria os raciocínios. Procurou não se deixar conduzir<br />
pelas emoções, que vinham amarradas à beleza e à harmonia.<br />
Olhava tudo de um ponto de vista quase isolado, ele mesmo era<br />
o único ponto de união entre seu raciocínio e as idéias.