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Aspectos segmentais dos processos de sândi vocálico externo no ...

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(167) elisão <strong>de</strong> [a] seguida por outra vogal: camisa usada cami[zu]sada<br />

(168) apagamento <strong>de</strong> [a] seguido por outro [a]: menina alegre meni[na]legre<br />

Consi<strong>de</strong>rar-se-iam então os dois casos como ocorrência <strong>de</strong> elisão, ou seja, apagamento da<br />

primeira vogal do contexto. Porém, o contexto formado por uma vogal acentuada seguida por<br />

vogal átona faz com que tratemos diferentemente cada processo, já que a <strong>de</strong>geminação po<strong>de</strong><br />

ocorrer quando a primeira vogal é acentuada enquanto a elisão não ocorre.<br />

Conforme visto em Bisol (1996) e Tenani (2002), quando ocorre um apagamento a vogal<br />

acentuada é sempre preservada. Na elisão, apaga-se a primeira vogal que é sempre fraca. Bisol<br />

argumenta que o que ocorre com a <strong>de</strong>geminação é uma fusão porque a primeira vogal forte não<br />

po<strong>de</strong> ser apagada. Tenani mediu a duração das vogais quando simples e em situação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>geminação e constatou que as vogais resultantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>geminação são mais longas e por isso ela<br />

também <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o processo é <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong> vogais.<br />

Há ainda um argumento a mais a favor da hipótese da fusão <strong>de</strong> vogais na <strong>de</strong>geminação: na<br />

<strong>de</strong>geminação não se discute qual vogal seria apagada (se ocorrer o apagamento). Os contextos<br />

<strong>de</strong>sse processo permitem as seguintes combinações <strong>de</strong> tonicida<strong>de</strong>:<br />

(i) vogal fraca + vogal fraca;<br />

(ii) vogal forte + vogal fraca, e<br />

(iii) vogal fraca + vogal forte.<br />

Não é possível assumir que a primeira vogal é apagada porque isso apagaria a vogal forte<br />

do segundo tipo <strong>de</strong> combinação. Por outro lado, não se po<strong>de</strong> assumir que a segunda vogal é<br />

apagada porque apagaria a vogal forte do terceiro tipo <strong>de</strong> combinação. Po<strong>de</strong>r-se-ia argumentar<br />

que o processo estipula apenas “apague a sílaba fraca”, o que daria conta <strong>dos</strong> casos “vogal fraca +<br />

vogal forte” e “vogal forte + vogal fraca”. No entanto, os <strong>processos</strong> fo<strong>no</strong>lógicos conheci<strong>dos</strong> não<br />

são tão genéricos e, neste caso específico, os falantes não saberiam qual vogal se apagaria <strong>no</strong><br />

contexto formado por “vogal fraca + vogal fraca”.<br />

Pelas razões apresentadas acima, não se consi<strong>de</strong>ra a <strong>de</strong>geminação como apagamento da<br />

primeira vogal, mas, sim, como uma fusão das duas vogais idênticas adjacentes.<br />

Com relação a mo<strong>no</strong>morfemas, Veloso (2003) afirma que, como a ditongação, a<br />

<strong>de</strong>geminação também po<strong>de</strong> ocorrer in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ser a primeira ou a segunda vogal do<br />

contexto um mo<strong>no</strong>morfema, como se observa <strong>no</strong>s exemplos a seguir:<br />

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