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Aspectos segmentais dos processos de sândi vocálico externo no ...

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Bisol (1996), para explicar qual vogal se torna em gli<strong>de</strong>, lembra que os <strong>processos</strong><br />

fo<strong>no</strong>lógicos <strong>de</strong> <strong>sândi</strong> <strong>exter<strong>no</strong></strong>, sob o domínio <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s maiores que a palavra (do grupo clítico<br />

ao enunciado fo<strong>no</strong>lógico), são controla<strong>dos</strong> pelo Princípio da Proeminência Relativa. Como foi<br />

visto <strong>no</strong> capítulo 1 <strong>de</strong>sta dissertação, sobre a Fo<strong>no</strong>logia Prosódica, a proeminência relativa, em<br />

PB, refere-se à atribuição do rótulo ‘forte’ ao nó mais à direita do constituinte em questão, o<br />

acento do sintagma fo<strong>no</strong>lógico. Assim, a autora afirma que a preservação da sílaba é controlada<br />

pela direção <strong>de</strong>sse acento e que quando há duas vogais com pico <strong>de</strong> so<strong>no</strong>rida<strong>de</strong> idêntico (como é<br />

o caso <strong>de</strong> [i] e [u]), o princípio <strong>de</strong> so<strong>no</strong>rida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rá atuar para <strong>de</strong>terminar qual das duas se<br />

tornará o núcleo: a sílaba preservada, portanto o seu núcleo, será a que estiver mais próxima do<br />

acento do sintagma fo<strong>no</strong>lógico, que em PB encontra-se mais à direita <strong>no</strong>s constituintes<br />

prosódicos 51 . É por isso que <strong>no</strong>s exemplos em (126) e (127), acima, a primeira vogal do contexto<br />

se torna um gli<strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>ra-se, nesta dissertação, que essa explicação também po<strong>de</strong> ser dada<br />

para a elisão, já que esse processo preserva a vogal mais próxima do acento do sintagma<br />

fo<strong>no</strong>lógico, apagando a primeira (para Bisol, a segunda vogal é preservada porque está em<br />

posição pretônica, que é relativamente mais forte que a posição postônica).<br />

A autora afirma, ainda, que o mesmo princípio <strong>de</strong> proeminência relativa bloqueia a<br />

aplicação da <strong>de</strong>geminação e da elisão quando a segunda vogal do contexto analisado pertencer ao<br />

nó mais forte do constituinte, mas não bloqueia a ditongação, que po<strong>de</strong> ocorrer quando a segunda<br />

vogal receber o acento principal do sintagma, sendo átona a primeira vogal do contexto (cf. (128)<br />

abaixo):<br />

(128) [jogando Água] jogan[ ]gua<br />

Nos estu<strong>dos</strong> existentes sobre a ditongação (entre eles Bisol 1996, 2000, 2003; Tenani<br />

2002; Veloso 2003), chega-se à conclusão <strong>de</strong> que esse processo ocorre quando ambas as vogais<br />

envolvidas forem átonas, quando apenas a primeira vogal do contexto for acentuada e, também,<br />

quando apenas a segunda vogal for acentuada, mesmo que carregue o acento do sintagma<br />

fo<strong>no</strong>lógico. Veloso ainda afirma que a ditongação po<strong>de</strong> ocorrer in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> a primeira ou<br />

51 A autora chega à conclusão <strong>de</strong> que os <strong>processos</strong> <strong>de</strong> <strong>sândi</strong> po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>dos</strong> <strong>no</strong>s domínios que vão do grupo<br />

clítico ao enunciado, contanto que as condições contextuais e rítmicas sejam satisfeitas.<br />

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