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Aspectos segmentais dos processos de sândi vocálico externo no ...

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fo<strong>no</strong>lógicos). O programa não consi<strong>de</strong>rou essa variável significativa para o processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>geminação.<br />

No que diz respeito aos mo<strong>no</strong>morfemas, Bisol salienta que a restrição ao apagamento <strong>de</strong><br />

mo<strong>no</strong>morfemas – que, se sofrem o processo, não <strong>de</strong>ixam vestígios - é universal e atua em<br />

qualquer nível estrutural. Por exemplo, em (173), a seguir, a elisão é bloqueada porque o<br />

mo<strong>no</strong>morfema teria que ser apagado por inteiro; já em (174), a elisão é permitida porque apenas<br />

um segmento do mo<strong>no</strong>morfema é apagado:<br />

(173) Falei a Orlando → falei [ ]lando, * falei [ ]lando<br />

(174) Recado pra Elisa → recado [ ]lisa<br />

Bisol observou que, <strong>no</strong>s da<strong>dos</strong>, morfemas forma<strong>dos</strong> por uma só vogal ten<strong>de</strong>m a resistir<br />

tanto à elisão quanto à <strong>de</strong>geminação. A autora também observou que, quando houve um<br />

mo<strong>no</strong>morfema seguido por uma palavra (formando um grupo clítico), a elisão ocorreu em 8% <strong>dos</strong><br />

casos, a <strong>de</strong>geminação ocorreu em 22% <strong>dos</strong> casos. Já quando uma palavra foi seguida por um<br />

mo<strong>no</strong>morfema (formando um sintagma fo<strong>no</strong>lógico), a elisão ocorreu em 45% <strong>dos</strong> casos e a<br />

<strong>de</strong>geminação em 55%. Isso indica que a combinação palavra + mo<strong>no</strong>morfema favorece a<br />

ocorrência <strong>de</strong> <strong>processos</strong> <strong>de</strong> <strong>sândi</strong>, enquanto que a combinação mo<strong>no</strong>morfema + palavra<br />

<strong>de</strong>sfavorece. Como foi visto <strong>no</strong> capítulo 3, esse resultado é esperado, uma vez que, na<br />

combinação <strong>de</strong> mo<strong>no</strong>morfema + palavra, a elisão apagaria o mo<strong>no</strong>morfema (que não <strong>de</strong>ixaria<br />

vestígios). Já na combinação <strong>de</strong> palavra + mo<strong>no</strong>morfema, a elisão apaga uma parte da palavra e o<br />

mo<strong>no</strong>morfema é mantido.<br />

Com relação a fatores extralingüísticos, Bisol observa que, na elisão, o programa<br />

consi<strong>de</strong>rou as variáveis sociais sexo e ida<strong>de</strong> irrelevantes e selecio<strong>no</strong>u apenas escolarida<strong>de</strong>. Na<br />

<strong>de</strong>geminação, o programa selecio<strong>no</strong>u as variáveis escolarida<strong>de</strong>, grupo geográfico e faixa etária.<br />

Quanto à escolarida<strong>de</strong>, a autora observou que, <strong>no</strong>s contextos favoráveis à ocorrência <strong>de</strong> <strong>sândi</strong>, em<br />

38% e 69% <strong>dos</strong> casos houve elisão e <strong>de</strong>geminação, respectivamente, na produção <strong>de</strong> locutores<br />

com segundo grau. Em 29% e 57% <strong>dos</strong> casos houve, respectivamente, elisão e <strong>de</strong>geminação na<br />

fala <strong>de</strong> locutores com primeiro grau. Apesar <strong>de</strong> ter havido maior uso <strong>dos</strong> <strong>processos</strong> pelos que têm<br />

mais escolarida<strong>de</strong>, não se acredita, pelo percentual dado, que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> seja<br />

suficiente para afirmar que essa variável tenha sido relevante na análise.<br />

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