Factores Críticos de Sucesso no Mercado do Vinho em Portugal e a ...
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Internacionalizar porquê<br />
Com o consumo <strong>de</strong> vinho <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> praticamente estagna<strong>do</strong> é necessário que os<br />
produtores procur<strong>em</strong> <strong>no</strong>vos consumi<strong>do</strong>res e <strong>no</strong>vos merca<strong>do</strong>s que ofereçam maiores possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> lucro, tanto a nível <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> vendas, como <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> margens <strong>de</strong> proveito,<br />
apostar <strong>em</strong> merca<strong>do</strong>s estrangeiros também constitui uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um crescimento a longo<br />
prazo e sustenta<strong>do</strong>. Como já observa<strong>do</strong> nesta dissertação, observa-se que há uma tendência <strong>no</strong><br />
<strong>de</strong>créscimo <strong>do</strong> consumo inter<strong>no</strong> e especialmente <strong>no</strong> consumo per capita, que indicia uma situação <strong>de</strong><br />
risco potencial que po<strong>de</strong>rá ser diminuida pela aposta <strong>em</strong> alguns merca<strong>do</strong>s que estão <strong>em</strong> crescimento<br />
e numa fase <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida diferente da <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> português.<br />
Adicionalmente, apostar numa estratégia <strong>de</strong> internacionalização é diminuir o risco global <strong>do</strong><br />
negócio, já que se distribui o risco pelos diferentes merca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> operação, tornan<strong>do</strong>-os me<strong>no</strong>s<br />
propensos aos riscos <strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong> das Eco<strong>no</strong>mias on<strong>de</strong> operam (Thompson Jr. et al, 2005).<br />
<strong>Vinho</strong>s portugueses <strong>no</strong> Mun<strong>do</strong>*<br />
Embora o vinho <strong>do</strong> Porto s<strong>em</strong>pre tenha ti<strong>do</strong> <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> exportação, o seu merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
eleição e principal, gozan<strong>do</strong> <strong>de</strong> elevada fama <strong>no</strong>s países <strong>do</strong> Norte da Europa, <strong>em</strong> França, <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong><br />
Uni<strong>do</strong> e <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong> Uni<strong>do</strong>s, o seu valor enquanto marca n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> aproveita<strong>do</strong>, com<br />
poucos consumi<strong>do</strong>res sen<strong>do</strong> capazes <strong>de</strong> associar o valor <strong>de</strong>ste produto a outros vinhos portugueses.<br />
O <strong>no</strong>sso país nunca se conseguiu promover eficazmente através <strong>de</strong>ste seu produto, que <strong>de</strong>veria<br />
actuar como produto âncora para outros produtos. Pela influência que a imag<strong>em</strong> e a promoção têm<br />
na procura <strong>do</strong> vinho é essencial que <strong>Portugal</strong> utilize o vinho <strong>do</strong> Porto. É fácil perceber a influência que<br />
o vinho <strong>do</strong> Porto po<strong>de</strong> ter <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional quan<strong>do</strong> v<strong>em</strong>os que a maior parte da produção<br />
anual é exportada, <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> negócios referente a 2008, 84%** foi forma<strong>do</strong> por exportações. Os<br />
seus principais merca<strong>do</strong>s** são a França, a Holanda e a Bélgica , mas também os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e<br />
o Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong>, países <strong>em</strong> que a marca está b<strong>em</strong> impl<strong>em</strong>entada, sen<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> como Port Wine,<br />
<strong>em</strong>bora não sen<strong>do</strong> s<strong>em</strong>pre reconheci<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> português <strong>no</strong>s E.U.A., já que na Califórnia<br />
também são produzi<strong>do</strong>s vinhos sob esta <strong>de</strong><strong>no</strong>minação, que <strong>Portugal</strong> se t<strong>em</strong> mostra<strong>do</strong> incapaz <strong>de</strong><br />
proteger e assegurar como seu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> proprietário.<br />
Tradicionalmente, os vinhos <strong>de</strong> mesa, encontram os seus merca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maior expressão<br />
localiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s países lusófo<strong>no</strong>s e <strong>em</strong> países com gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> <strong>em</strong>igrantes portugueses,<br />
como é o caso da França, da Bélgica e da Al<strong>em</strong>anha e ainda <strong>no</strong>s segmentos <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> constitui<strong>do</strong>s<br />
pelos vinhos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> <strong>no</strong>s países <strong>do</strong> Norte da Europa e <strong>do</strong> Rosé <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong>. Com o<br />
merca<strong>do</strong> das exportações a subir irregularmente graças à exportação <strong>de</strong> vinhos a granel para França.<br />
No entanto, esta estratégia <strong>de</strong> exportação t<strong>em</strong>-se revela<strong>do</strong> pouco eficiente e <strong>de</strong> pouco sucesso, com<br />
as exportações a apresentar<strong>em</strong>-se estagnadas <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s, com a excepção das exportações<br />
para Angola. Sen<strong>do</strong> este país o principal <strong>do</strong> conjunto forma<strong>do</strong> pelos países lusófo<strong>no</strong>s, com o Brasil a<br />
absorver uma parte importante das exportações e Moçambique, um merca<strong>do</strong> caracteriza<strong>do</strong> pela<br />
compra <strong>de</strong> vinho a granel, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vinho <strong>de</strong> mesa, com um baixo<br />
preço por litro.<br />
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