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Factores Críticos de Sucesso no Mercado do Vinho em Portugal e a ...

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Capítulo III<br />

Esta<strong>do</strong> da Arte<br />

Vamos <strong>em</strong> seguida apresentar algumas consi<strong>de</strong>rações sobre a revisão bibliográfica<br />

efectuada. No entanto, torna-se necessária a compreensão <strong>de</strong> alguns termos e até <strong>do</strong> próprio<br />

processo <strong>de</strong> fabrico <strong>do</strong> vinho para que se entenda e se compreenda alguns conceitos trata<strong>do</strong>s ao<br />

longo da tese, <strong>no</strong>meadamente <strong>no</strong> que diz respeito a questões da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vinho ligada ao<br />

processo <strong>de</strong> vinificação. Por essa razão, o anexo 1 será <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada da<br />

Produção Vitivinícola. (a ler)<br />

Por ser um merca<strong>do</strong> tradicional, pouca pesquisa científica se t<strong>em</strong> feito <strong>no</strong> âmbito das áreas<br />

<strong>de</strong> Marketing e Gestão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, mas po<strong>de</strong>mos generalizar esta lacuna aos<br />

merca<strong>do</strong>s <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Há pouca informação sobre consumi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> vinho e sobre a maneira<br />

como faz<strong>em</strong> as suas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> vinho ( Dodd et al, 2005).<br />

Em países como a Austrália, os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s ou o Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong> também os estu<strong>do</strong>s são<br />

parcos <strong>no</strong> que diz respeito ao vinho, porque <strong>no</strong> caso <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is primeiros países, só recent<strong>em</strong>ente o<br />

merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> vinho ganhou alguma dimensão e <strong>no</strong> caso <strong>do</strong> terceiro porque a produção interna s<strong>em</strong>pre<br />

foi <strong>de</strong> pouca expressão, acrescentan<strong>do</strong>-se <strong>no</strong> entanto que <strong>no</strong> caso <strong>do</strong>s três países, encontram-se<br />

disponíveis mais estu<strong>do</strong>s sobre o marketing <strong>do</strong> vinho <strong>do</strong> que <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e na generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

restante países <strong>do</strong> Velho-Mun<strong>do</strong>. No <strong>no</strong>sso país a investigação científica nesta área está confinada<br />

aos aspectos tec<strong>no</strong>lógicos da produção <strong>de</strong> uva e processos <strong>de</strong> vinificação.<br />

Comportamento <strong>de</strong> Consumo – A <strong>de</strong>cisão na compra<br />

Po<strong>de</strong>mos caracterizar o merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s vinhos como um merca<strong>do</strong> muito complexo para a<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra, porque por um la<strong>do</strong> t<strong>em</strong>os muita heterogeneida<strong>de</strong> <strong>no</strong>s produtos e <strong>no</strong>s seus<br />

atributos, e por outro, t<strong>em</strong>os dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar esses atributos <strong>no</strong> acto da compra.<br />

O que parece ser um factor conheci<strong>do</strong>, <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, é o reconhecimento que os portugueses<br />

têm <strong>de</strong> certos vinhos, certas marcas e certas castas, que alcançaram um estatuto <strong>de</strong> quase lenda,<br />

chegan<strong>do</strong> assim a preços muito altos, mesmo que a sua qualida<strong>de</strong> se altere <strong>de</strong> colheita para colheita,<br />

chegan<strong>do</strong> a atingir preços mais eleva<strong>do</strong>s <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso país que <strong>em</strong> Londres (Mayson, 2005). Esta<br />

característica <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r é um factor que vale a pena ser estuda<strong>do</strong>, até porque muito <strong>em</strong>bora o<br />

consumi<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Velho Mun<strong>do</strong> (Europeu) possua características diferentes, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser curioso<br />

compararmos o perfil <strong>de</strong> consumo <strong>do</strong>s america<strong>no</strong>s, <strong>do</strong>s australia<strong>no</strong>s e <strong>do</strong>s ingleses, quan<strong>do</strong><br />

observamos, por ex<strong>em</strong>plo, que <strong>no</strong> caso <strong>do</strong>s america<strong>no</strong>s, estes são extr<strong>em</strong>amente permeáveis ao<br />

factor marca e “n<strong>em</strong> quer<strong>em</strong> saber <strong>de</strong> on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> o vinho” (Roger Voss, jornalista da Wine Enthusiast<br />

Magazine, <strong>no</strong> Fórum <strong>do</strong> Sector <strong>do</strong> <strong>Vinho</strong> 2007). Rasmussen, 2001, <strong>de</strong>scobriu que por causa da<br />

complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vinho, enquanto produto, os consumi<strong>do</strong>res america<strong>no</strong>s <strong>em</strong> muitas situações,<br />

apenas usam marcas familiares como uma forma <strong>de</strong> evitar processar informação complexa.<br />

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