Factores Críticos de Sucesso no Mercado do Vinho em Portugal e a ...
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4. Análise Qualitativa das Entrevistas<br />
No presente capítulo analisar<strong>em</strong>os, <strong>de</strong> forma qualitativa algumas questões abordadas<br />
directamente durante as entrevistas e previstas <strong>no</strong> guião e outras levantadas pelos entrevista<strong>do</strong>s e<br />
consi<strong>de</strong>radas relevantes para a dissertação. No final <strong>do</strong> capítulo, analisar-se-á também a a<strong>de</strong>quação<br />
da segmentação já proposta face ao perfil e comportamento <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s.<br />
<strong>Vinho</strong>s estrangeiros<br />
Quanto ao consumo <strong>de</strong> vinhos estrangeiros, apenas <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s são consumi<strong>do</strong>res<br />
esporádicos <strong>de</strong> vinhos estrangeiros e com opiniões muito s<strong>em</strong>elhantes quanto à sua qualida<strong>de</strong>,<br />
referin<strong>do</strong> a elevada qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s vinhos argenti<strong>no</strong>s e chile<strong>no</strong>s e a fiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s vinhos<br />
australia<strong>no</strong>s, muito fáceis <strong>de</strong> beber e <strong>de</strong> apreciar. Estes entrevista<strong>do</strong>s acham que se fosse mais fácil<br />
comprar vinhos estrangeiros <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, concerteza comprariam com mais regularida<strong>de</strong>,<br />
especialmente quan<strong>do</strong> o intuito fosse consumir vinhos fruta<strong>do</strong>s, leves e económicos, caso <strong>em</strong> que<br />
optariam por qualquer vinho <strong>de</strong>stes países <strong>do</strong> Novo Mun<strong>do</strong>, mas também vinhos argenti<strong>no</strong>s e<br />
chile<strong>no</strong>s por ser<strong>em</strong> capazes <strong>de</strong> rivalizar com os melhores vinhos portugueses.<br />
Quanto aos restantes entrevista<strong>do</strong>s, meta<strong>de</strong> refer<strong>em</strong> que não têm necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprar<br />
ou sequer experimentar vinhos estrangeiros porque os <strong>no</strong>ssos são suficient<strong>em</strong>ente bons ou que os<br />
vinhos estrangeiros não vão possuir nenhuma característica que justifique a sua compra. A outra<br />
meta<strong>de</strong> t<strong>em</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>em</strong> experimentar ou consumir mais vinhos estrangeiros e só não o faz porque<br />
não encontra oferta suficiente.<br />
Marcas<br />
Praticamente to<strong>do</strong>s os entrevista<strong>do</strong>s falam da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s vinhos <strong>do</strong> Alentejo e <strong>do</strong> Douro, o<br />
que <strong>de</strong>monstra o gran<strong>de</strong> potencial que estas regiões têm enquanto marcas. Quanto a outros factores<br />
que possam ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como passíveis <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> ter um potencial como marcas, são pouco<br />
claros, já que a maioria não conseguiu <strong>no</strong>mear ou classificar castas, como já foi referi<strong>do</strong>, <strong>no</strong> entanto,<br />
isto po<strong>de</strong>r-se-á <strong>de</strong>ver ao facto da maioria <strong>do</strong>s vinhos portugueses ser<strong>em</strong> multicasta (blends), o que<br />
não permite que os consumi<strong>do</strong>res conheçam as características das castas individualmente como<br />
acontece <strong>no</strong>utros países, <strong>em</strong> que as castas obtêm muitas vezes estatutos <strong>de</strong> marca adicionalmente.<br />
As a<strong>de</strong>gas ou <strong>em</strong>presas produtoras <strong>do</strong>s vinhos também não parec<strong>em</strong> influenciar a compra <strong>do</strong>s<br />
entrevista<strong>do</strong>s, com a excepção <strong>de</strong> um, que compra utilizan<strong>do</strong> a a<strong>de</strong>ga como critério <strong>de</strong> escolha.<br />
Os vinhos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como míticos e já referi<strong>do</strong>s na dissertação, continuam a ser<br />
reconheci<strong>do</strong>s pelos consumi<strong>do</strong>res, sen<strong>do</strong> referi<strong>do</strong>s o Peramanca e o Cartuxa, como vinhos <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> excepcional.<br />
Apenas um <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s refere o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> vinhos oficial, como<br />
referência para a sua escolha e nenhum <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s refere ou dá importância aos prémios<br />
recebi<strong>do</strong>s como critério <strong>de</strong> escolha.<br />
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