Factores Críticos de Sucesso no Mercado do Vinho em Portugal e a ...
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Vejamos, a pesquisa qualitativa permite ir muito mais a fun<strong>do</strong> <strong>no</strong> que concerne às <strong>em</strong>oções,<br />
às sensações, aos ensejos <strong>do</strong>s sujeitos, porque permite maior liberda<strong>de</strong> nas respostas e nas<br />
perguntas. No caso <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s qualitativos e especialmente <strong>no</strong> méto<strong>do</strong> das entrevistas individuais,<br />
a utilizar na dissertação, não há uma estrutura rígida <strong>de</strong> inquirição, o sujeito está <strong>no</strong> centro da prova,<br />
com o entrevista<strong>do</strong>r a agir como mero facilita<strong>do</strong>r, recolhen<strong>do</strong> as informações que o seu interlocutor<br />
lhe vai transmitin<strong>do</strong> e tornan<strong>do</strong> fluída a conversa.<br />
Estes estu<strong>do</strong>s são especialmente úteis quan<strong>do</strong> o objectivo é <strong>de</strong>scobrir o que sente um<br />
consumi<strong>do</strong>r por certo produto. Os estu<strong>do</strong>s quantitativos não consegu<strong>em</strong> revelar <strong>em</strong>oções, permitin<strong>do</strong><br />
as entrevistas individuais uma extensa sondag<strong>em</strong> aos individuos, <strong>de</strong>scobrin<strong>do</strong> <strong>em</strong>oções encobertas<br />
(Malhotra, 2007).<br />
Uma entrevista aprofundada é uma entrevista não-estruturada, directa e pessoal na qual um<br />
único inquiri<strong>do</strong> é sonda<strong>do</strong> por um entrevista<strong>do</strong>r, extr<strong>em</strong>amente competente, para revelar incobertas<br />
motivações, cre<strong>do</strong>s, atitu<strong>de</strong>s e <strong>em</strong>oções sobre um tópico (Brech, 2008).<br />
Muito <strong>em</strong>bora neste caso a experiência <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>r seja limitada, este revela algumas<br />
competências <strong>de</strong> comunicação e mesmo tão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>r com a<br />
óbvia limitação que esse factor lhe influi, a entrevista aprofundada é o méto<strong>do</strong> que melhor se a<strong>de</strong>qua<br />
aos objectivos da tese e natureza <strong>do</strong> probl<strong>em</strong>a. No livro “Marketing Research”, <strong>de</strong> Naresh Malhotra<br />
(2007), po<strong>de</strong>mos encontrar entre as aplicações das entrevistas aprofundadas as seguintes, cujos<br />
requisitos se ass<strong>em</strong>elham com os <strong>do</strong> <strong>no</strong>sso estu<strong>do</strong>:<br />
-Sondag<strong>em</strong> <strong>de</strong>talhada <strong>do</strong> inquiri<strong>do</strong> (Compra <strong>de</strong> um automóvel);<br />
-Compreensão <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> um comportamento complica<strong>do</strong> (compras num gran<strong>de</strong> armazém);<br />
-Situações on<strong>de</strong> a experiência <strong>de</strong> consumo <strong>do</strong> produto é sensorial por natureza, afectan<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> alma e <strong>em</strong>oções (perfumes, etc).<br />
O que confere uma certa robustez à <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> optar por este méto<strong>do</strong>, para além da<br />
observação que outros estu<strong>do</strong>s já cita<strong>do</strong>s neste relatório seguiram o mesmo méto<strong>do</strong>. Estu<strong>do</strong>s como:<br />
- Tach & Olsen, “The Search for New Wine Consumers: Marketing focus on consumer lifestyle or<br />
lifecycle?”, International Journal for Wine Marketing, 2005;<br />
- Charters & Pettigrew, “Conceptualizing product quality: the case of wine”, Marketing Theory, 2006.<br />
Como o registo das entrevistas profundas e o tratamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s qualitativos revela-se <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>, foi escolhi<strong>do</strong> como ferramenta <strong>de</strong> apoio ao estu<strong>do</strong>, a análise e construção <strong>de</strong><br />
mapas cognitivos pela sua relativa facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização, pela existência <strong>de</strong> software <strong>de</strong> apoio e<br />
pelo facto <strong>de</strong> haver<strong>em</strong> estu<strong>do</strong>s s<strong>em</strong>elhantes utilizan<strong>do</strong> com sucesso este méto<strong>do</strong>, para além <strong>de</strong> ser<br />
um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> robustez e fiabilida<strong>de</strong> testadas.<br />
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