SESSÃO: Ordinária - Câmara dos Deputados
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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL<br />
Número Sessão: 239.3.51.O Tipo: <strong>Ordinária</strong> - CD<br />
Data: 14/11/01 Montagem: Neusinha<br />
O ponto-chave da questão, que hoje em dia não engana mais ninguém, é que<br />
uma coisa é a lei, na sua mórbida frieza, cujo papel tudo aceita, outra, muito<br />
diferente, é o reflexo econômico da legislação. Reflexo aqui genuinamente perverso.<br />
Para dizer o mínimo.<br />
Pior ainda do que isso, se é que se pode imaginar algo pior, é a<br />
engenhosidade <strong>dos</strong> economistas governamentais, cujas soluções para as mazelas<br />
de caixa do Estado são por demais conhecidas. Em resumo, propõe-se o de<br />
sempre: dar esmolas com o dinheiro alheio. Especificamente, os “ricos”, na opinião<br />
<strong>dos</strong> “econocratas”, passariam a pagar a correção da tabela pelos pobres. Mas<br />
“ricos”, repita-se, só mesmo na opinião governamental, visto que em verdade to<strong>dos</strong><br />
pobres são. Menos pobres, sim, não vão além disso, na medida em que certamente<br />
muito longe da classe média estão. Em contrapartida, continua o Estado<br />
desabridamente a gastar.<br />
A situação chega ao impudor da propositura de uma alíquota compensatória<br />
de 35%, repita-se, 35%, para quem ganha mais do que 7.500 reais mensais.<br />
Quando se sabe que a alíquota vigente no caso é de 27,5%, conclui-se que o<br />
aumento, de 27,5% para 35%, é justamente 27,5%. Ou seja, não satisfeitos com<br />
27,5%, os burocratas do economês propõem aumento de mais 27,5%! É o Robin<br />
Hood às avessas: o pobre é que é obrigado a dar aos pobres, em disseminação da<br />
pobreza, sem tirar nem pôr.<br />
Ante tal despautério, vimos, de púlpito, declarar nosso total apoio à correção<br />
plena da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física — tão-só —, junto à nossa<br />
total aversão à criação de novas alíquotas do tributo.<br />
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