SESSÃO: Ordinária - Câmara dos Deputados
SESSÃO: Ordinária - Câmara dos Deputados
SESSÃO: Ordinária - Câmara dos Deputados
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL<br />
Número Sessão: 239.3.51.O Tipo: <strong>Ordinária</strong> - CD<br />
Data: 14/11/01 Montagem: Neusinha<br />
medicamentos contra a AIDS, malária, etc., independentemente de quem seja o<br />
detentor da patente.<br />
Este País foi muito feliz ao sustentar naquele evento que a questão ultrapassa<br />
o aspecto comercial. Cinge-se ela a uma razão humanitária. Nesse sentido, os<br />
Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> concordam plenamente conosco. Aquela Nação contrastou os<br />
recentes atenta<strong>dos</strong> terroristas ocorri<strong>dos</strong> no dia 11 de setembro, em Nova Iorque e<br />
Washington, com a AIDS. Ambos ceifaram muitas vidas.<br />
O Brasil, com diplomacia, de certa forma, usou o texto bíblico ao afirmar que<br />
para termos graça será preciso termos compaixão para com os outros.<br />
Nossa luta para aprovar o acordo sobre patentes de medicamentos em casos<br />
de emergência de saúde pública é possível de ser entendida pelos números. O<br />
Governo brasileiro gasta atualmente 303 milhões de dólares por ano com a compra<br />
de remédios para serem distribuí<strong>dos</strong> gratuitamente aos portadores de HIV. Parte <strong>dos</strong><br />
medicamentos que compõem o coquetel contra AIDS já é produzida no Brasil —<br />
sete <strong>dos</strong> doze anti-retrovirais. Se tivéssemos de importar to<strong>dos</strong> os componentes,<br />
gastaríamos 530 milhões de dólares. Isso, segundo o Ministério da Saúde, tornaria o<br />
programa inviável.<br />
Dos 303 milhões de dólares gastos no ano passado para atender a 85 mil<br />
soropositivos no Brasil, 39% foram para a compra de dois medicamentos protegi<strong>dos</strong><br />
por patentes: o Nelfinavir e o Efavirenz, não por acaso, os mais caros do coquetel.<br />
A própria Organização Mundial de Saúde, referência das políticas de saúde<br />
no mundo inteiro, argumenta que o sucesso no combate à AIDS no Brasil deve-se,<br />
em grande parte, ao acesso aos medicamentos mais baratos, os não-patentea<strong>dos</strong>, e<br />
produzi<strong>dos</strong> localmente.<br />
721