SESSÃO: Ordinária - Câmara dos Deputados

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL
Número Sessão: 239.3.51.O Tipo: Ordinária - CD
Data: 14/11/01 Montagem: Neusinha
O SR. REGIS CAVALCANTE (Bloco/PPS-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Sr. Malan, nosso Ministro da Fazenda, não
quis se filiar a qualquer partido político. Na forma determinada pela legislação
específica, não está, assim, apto a participar do próximo pleito eleitoral.
Mas isso não impede que o Sr. Ministro, aqui e ali, invista na área política,
atacando candidatos ou pré-candidatos a Presidente da República, acusando-os, no
mais das vezes, de certo primarismo político e econômico por que insistem em
romper com o modelo econômico imposto ao País. E imposto ao País, vale ressaltar,
não por decisões adotadas dentro de nossas fronteiras, mas, sim, pelos senhores do
capital enquistados no Fundo Monetário Internacional.
Acompanhando o Sr. Malan, alguns economistas de plantão insistem na
continuidade dessa política e chegam mesmo ao cúmulo de indicar ao eleitorado
brasileiro comportamento mais consentâneo com essa idéia que foi, exatamente, a
do povo argentino. Ou seja, o povo votou em De La Rúa para que continuasse a
política de Menem.
Seria cômico, se não fosse trágico, Sr. Presidente. A nação vizinha enfrenta
crise sem precedentes e, para os menos otimistas, encontra-se, sem dúvida, num
beco sem saída, ou com apenas uma: mais e mais sacrifícios para seus
trabalhadores, para sua classe média, para seu povo em geral.
Fragilizada ao extremo em seus recursos financeiros, a Argentina volta-se
para a banca internacional. Sempre monitorada pelos Estados Unidos, vai aos
poucos abandonando compromissos regionais de há muito assumidos. Menospreza,
com isso, o MERCOSUL e entende que somente a ALCA é a salvação. Em resumo,
nenhuma continuidade a não ser a da crise.
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