21.04.2013 Views

Geografia e geopolítica: a contribuição de ... - Biblioteca - IBGE

Geografia e geopolítica: a contribuição de ... - Biblioteca - IBGE

Geografia e geopolítica: a contribuição de ... - Biblioteca - IBGE

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Carlos Delgado <strong>de</strong> Carvalho ............................................................ 35<br />

manuscritos e corrigindo com paciente atenção alguns novos capítulos, em vista <strong>de</strong> ser<br />

finalmente publicado. Não sei como agra<strong>de</strong>cer tamanha <strong>de</strong>dicação, pois duvido mesmo<br />

que a obra tenha merecido.<br />

E mereceu..., pois esta obra que consta <strong>de</strong> 21 capítulos mereceria a atenção do<br />

professor Raul d’Eça, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Washington, que traduziu suas páginas para<br />

o inglês e veio ao Brasil pedir permissão para sua publicação. A referida tradução foi<br />

lida e plenamente aprovada por Delgado <strong>de</strong> Carvalho; mas, regressando aos Estados<br />

Unidos, Raul d’Eça veio a falecer pouco <strong>de</strong>pois; o exemplar em inglês ao que parece,<br />

como os primitivos originais em português, também <strong>de</strong>vem ter <strong>de</strong>saparecido.<br />

Em 1957, uma repentina rouquidão afastaria Delgado <strong>de</strong> Carvalho <strong>de</strong>finitivamente<br />

das salas <strong>de</strong> aula; tratava-se <strong>de</strong> um processo cancerígeno inicial nas cordas vocais,<br />

felizmente logo <strong>de</strong>tectado e prontamente <strong>de</strong>belado.<br />

Voltou-se então com afinco para as pesquisas que findaram em 1977 com a inacabada<br />

Geohistória das civilizações comparadas. Já então procurava dar ênfase à Geopolítica,<br />

que aparece inserida em capítulos <strong>de</strong> suas Histórias gerais escritas tanto para o Instituto<br />

Nacional <strong>de</strong> Estudos Pedagógicos - INEP, quanto para Editora Record, a qual se unira<br />

pela amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicada ao ex-aluno, Décio Abreu. E foi justamente para a Record que, em<br />

1973, produziria, <strong>de</strong>dicado ao Nível Superior, o livro intitulado - Relações internacionais.<br />

Em sua Introdução, procura explicar que os estudos da História estavam evoluindo<br />

“com as condições do mundo em rápida mudança”. Assim, continuava:<br />

[...] nos graus universitários as aulas <strong>de</strong> História <strong>de</strong>vem mudar <strong>de</strong> objetivos: a informação<br />

tem <strong>de</strong> ser justificada. São necessárias interpretações geográficas, sociais, econômicas e<br />

mesmo políticas... A este propósito convém lembrar que uma boa base geográfica é <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisivo auxílio para a compreensão da maior parte dos episódios relatados. É inadmissí-<br />

vel que, numa aula <strong>de</strong> História, o estudante não tenha sob suas vistas um atlas ou mapas<br />

relativos aos assuntos em estudo. Por isso mesmo, registra-se atualmente uma tendência<br />

a chamar a História <strong>de</strong> Geohistória e, em certos casos, <strong>de</strong> Geopolítica... O termo Geopolí-<br />

tica foi um tanto maltratado por exageros <strong>de</strong> nações egoístas, mas refere-se não só à ação<br />

geográfica do Estado, no espaço e no tempo, no presente e no futuro, como também a<br />

interpretações do passado (CARVALHO, [1971]).<br />

Saindo do isolacionismo, os Estados Unidos lançavam-se como superpotência<br />

no âmbito das Relações Internacionais, após a Segunda Guerra Mundial. E, surgiam<br />

naquela nação publicações como Foreign affairs e World politics, que Delgado <strong>de</strong> Carvalho<br />

assinava; procurou então trazer para o Brasil essa nova tendência não só nos<br />

fascículos dos atlas internacionais que produzia para o <strong>IBGE</strong>, como no seu livro intitulado<br />

Relações internacionais, admitindo que “a disciplina ainda não foi sistematizada<br />

e reina certa diversida<strong>de</strong>”.<br />

Em seu inovador livro - Relações internacionais, procura fazer um<br />

primeiro esboço das principais feições que levam a uma interpretação sóbria do tempo<br />

presente. Não creio que a um professor <strong>de</strong> 87 anos seja aconselhável tentar uma integral<br />

exposição <strong>de</strong> um assunto novo. Trata-se aqui <strong>de</strong> iniciar os estudos com um esboço dos<br />

quadros geográficos dos continentes, para lembrar os cenários das ativida<strong>de</strong>s internacio-<br />

nais e sublinhar neles algumas feições <strong>de</strong> sua Geohistória. Na segunda parte do trabalho,<br />

resumi as Estruturas Sociais e as Estruturas Geopolíticas seguidas <strong>de</strong> um rápido apa-<br />

nhado <strong>de</strong> Direito Internacional Público que lembram episódios <strong>de</strong> relações diplomáticas<br />

do passado. A terceira parte é consignada ao Estado Mo<strong>de</strong>rno, ao seu advento, a suas<br />

organizações e suas transformações. Por fim, a quarta parte, que, em realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve-<br />

ria ser mais importante, é <strong>de</strong>dicada ao estudo sucinto das Questões do Tempo Presente<br />

(CARVALHO, [1971]).<br />

Alertando aos professores brasileiros sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter as novas<br />

gerações a par do que se passava no Mundo, renovava suas esperanças naquele Brasil

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!