A Prosa Literária de Orlando da Costa - Universidade Aberta
A Prosa Literária de Orlando da Costa - Universidade Aberta
A Prosa Literária de Orlando da Costa - Universidade Aberta
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
que é, como o próprio dizia, “a revelação <strong>da</strong> novi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> criação e <strong>da</strong><br />
expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>”. 12<br />
O nosso trabalho atento a essas premissas preten<strong>de</strong> enaltecer a<br />
importância <strong>da</strong> obra do escritor <strong>Orlando</strong> <strong>da</strong> <strong>Costa</strong>, directamente relaciona<strong>da</strong> com<br />
os últimos anos <strong>da</strong> presença portuguesa em Goa, como representativa <strong>de</strong> uma<br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong> transversal <strong>de</strong> colonizadores e colonizados.<br />
O Signo <strong>da</strong> Ira, Sem Flores Nem Coroas e O Último Olhar <strong>de</strong> Manú<br />
Miran<strong>da</strong>, formam a trilogia que será objecto <strong>de</strong> análise no nosso estudo. É, como<br />
afirma Maria <strong>de</strong> Luz Rosinha uma “obra em que se sente os cheiros <strong>da</strong>s Índias, o<br />
som <strong>da</strong>s chuvas nas terras em que os Portugueses cruzaram as culturas”. 13<br />
Foi <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste contexto histórico-cultural que o escritor <strong>de</strong>senvolveu<br />
uma literatura <strong>de</strong> particular interesse literário e histórico que permanecerá uma<br />
marca <strong>da</strong> relação cultural indo-portuguesa. Nos últimos anos o seu mérito como<br />
escritor tem vindo a conhecer uma ascen<strong>de</strong>nte notabili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre leitores e,<br />
particularmente, investigadores que o tomam já por referência nos seus estudos<br />
académicos relacionados com a literatura indo – portuguesa.<br />
Estabelecido o tema <strong>de</strong>sta dissertação, privilegia<strong>da</strong> pelo entendimento <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ferência e afectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que se vem <strong>de</strong>senvolvendo entre os portugueses e os<br />
goeses, encontramos na trilogia em análise a agu<strong>de</strong>za contemporânea <strong>de</strong> que nos<br />
fala Ana Paula Avelar:<br />
Tendência contemporânea apontará, ca<strong>da</strong> vez mais para uma compreensão<br />
<strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que supere a dicotomia entre as visões historiográficas<br />
oci<strong>de</strong>ntais e orientais, e que veja nesses dois olhares uma<br />
complementari<strong>da</strong><strong>de</strong> a nível do sentir e <strong>da</strong> compreensão <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
partilha<strong>da</strong>. 14<br />
Em 2002 a Casa <strong>de</strong> Goa homenageou o escritor pelos 50 anos <strong>de</strong> carreira<br />
literária, uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> elogia<strong>da</strong> pelos mais aptos críticos literários portugueses<br />
12 Regina Vale, op. cit., p. 293.<br />
13 Rosinha, <strong>Orlando</strong> <strong>da</strong> <strong>Costa</strong> – Os Olhos Sem fronteira, p. 4.<br />
14 Avelar, Visões do Oriente, Formas <strong>de</strong> Sentir no Portugal <strong>de</strong> Quinhentos, p. 273.<br />
11