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A Prosa Literária de Orlando da Costa - Universidade Aberta

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que país vem; <strong>de</strong>vemos apenas acolhê-lo e oferecer-lhe o que possuímos <strong>de</strong><br />

melhor. 100<br />

Conhecemos, por <strong>de</strong>clarações do próprio autor, o abandono a que<br />

estavam dota<strong>da</strong>s certas matérias no ensino oficial ministrado em Goa por algumas<br />

matérias pe<strong>da</strong>gógicas:<br />

No sétimo ano <strong>de</strong> Letras eu nunca ouvira falar <strong>de</strong> Fernando Pessoa ou <strong>de</strong><br />

Mário <strong>de</strong> Sá-Carneiro. Conheci por acaso e <strong>de</strong> forma avulsa dois livros <strong>de</strong><br />

Alves Redol, um livro <strong>de</strong> Ferreira <strong>de</strong> Castro, nem sequer um romance, mas<br />

“a viagem à volta do mundo”. Só soube que existiam um Aquilino Ribeiro e<br />

um Miguel Torga, quando cheguei a Portugal. 101<br />

Alguns acontecimentos verídicos, transpostos para a ficção narrativa,<br />

OUOMM, <strong>de</strong>têm suma importância à coerência realista e valor estético do<br />

romance. Não nos po<strong>de</strong>remos abster <strong>da</strong> inércia <strong>da</strong>s personagens em relação aos<br />

acontecimentos históricos cabendo à narrativa dinamizar-se pelo recurso ao<br />

registo <strong>de</strong> comportamentos condicionados, quer pelo consciente <strong>da</strong>s personagens<br />

quer, por acontecimentos exteriores.<br />

Um dos episódios <strong>da</strong> História que recolhe lugar <strong>de</strong> primazia na narrativa<br />

consta do preâmbulo on<strong>de</strong> o autor, adverte para aquilo que é real e ficção, <strong>de</strong>clara:<br />

Os acontecimentos <strong>de</strong> 1946 e 1943, <strong>de</strong>scritos, respectivamente nos<br />

capítulos 13 e 14, ain<strong>da</strong> que romanceados, foram, os primeiros, presenciados<br />

e os segundos, baseados no relato «A Batalha <strong>de</strong> Goa», do autor do livro<br />

Boarding Party, James Leasor (OUOMM, p.11).<br />

Os acontecimentos a que se refere o autor são, o primeiro, a Junho <strong>de</strong><br />

1946 quando o personagem principal assiste passivo a uma manifestação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sobediência civil, o segundo aponta para o 9 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1943.<br />

100 Tagore apud Mookerjee, Çaturanga, Prémio Nobel <strong>de</strong> 1913, 1973, p.51.<br />

Tradução <strong>de</strong> Cecília Meireles, estudo introdutivo <strong>de</strong> G. K. Mookerjee.<br />

101 Vale, op. cit., p.289.<br />

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