Tópicos de Geometria - CMUP
Tópicos de Geometria - CMUP
Tópicos de Geometria - CMUP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Exercício 141 Obtenha, nas referências dadas, uma <strong>de</strong>scrição dos 17 grupos cristalográficos<br />
planos e exemplos <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> simetria para cada um <strong>de</strong>les; prepare um processo<br />
com transparências para verificar, em cada caso,as simetrias <strong>de</strong>sses padrões.<br />
Nota: em dimensão 2, uma classificaçãomaisfácildoqueadosgrupos<strong>de</strong>papel-<strong>de</strong>pare<strong>de</strong><br />
é a dos chamados grupos <strong>de</strong> friso: são grupos G ∙ I(R 2 ) em que o subgrupo das<br />
translações, G T = G \ R n , não constitui um reticulado mas contém apenas translações<br />
em direcções paralelas e sem translações por vectores <strong>de</strong> norma arbitrariamente pequena:<br />
ou seja, G T = hT a i. Existem, a menos <strong>de</strong> equivalência, 7 grupos <strong>de</strong> friso: ver [4, Capítulo<br />
10].<br />
Exercício 142 Complemente o exercício anterior, incluindo os grupos <strong>de</strong> friso.<br />
Seja G ∙ I(R n ) um grupo cristalográfico e G T = G \ R n o reticulado associado.<br />
Recor<strong>de</strong>-se, mais uma vez,que toda a isometria f 2 I(R n ) se escreve como f = T a M com<br />
M 2 O(n); M diz-se a parte ortogonal ou parte linear <strong>de</strong> f : dito <strong>de</strong> outro modo, I(R n )<br />
éoproduto semi-directo O(n) ˜£R n . O subgrupo Ḡ das partes ortogonais dos elementos<br />
<strong>de</strong> G é, portanto, um subgrupo <strong>de</strong> O(n) e é naturalmente isomorfo ao grupo quociente<br />
G/G T (G T é subgrupo normal <strong>de</strong> índice finito): é chamado o grupo pontual <strong>de</strong> G (point<br />
group em inglês).<br />
Em 1910, L. Bieberbach provou os seguintes resultados gerais:<br />
1. O subgrupo Ḡ é finito: G T é subgrupo normal <strong>de</strong> índice finito (para n =3tinha<br />
sido provado por Schoenflies).<br />
2. Dois grupos cristalográficos são equivalentes sse são isomorfos.<br />
3. Para cada n, existe apenas, a menos <strong>de</strong> equivalência, um número finito <strong>de</strong> grupos<br />
cristalográficos.<br />
Nota: G T ∙ G éisomorfoaZ n , é normal <strong>de</strong> índice finito, e, além disso, mostra-se que<br />
coinci<strong>de</strong> com o seu centralizador em G: em 1948, H. Zassenhaus mostrou que a existência,<br />
num grupo G, <strong>de</strong> um subgrupo com estas proprieda<strong>de</strong>s, é condição suficiente para G ser<br />
isomorfo a um grupo cristalográfico.<br />
Note-se que o grupo pontual Ḡ <strong>de</strong> um grupo cristalográfico G não é necessáriamente<br />
isomorfo ao estabilizador, Stab(x) =G x ,<strong>de</strong>algumpontox paraaacção<strong>de</strong>G em R n :<br />
po<strong>de</strong> até nem ser isomorfo a nenhum subgrupo <strong>de</strong> G. NoentantoḠ actuanoreticulado<br />
L ´ G T :<br />
Lema 143 Seja G um grupo cristalográfico com reticulado L egrupopontualḠ; então<br />
Ḡ ∙ S(L).<br />
Prova. Seja M 2 Ḡ e v 2 L; por <strong>de</strong>finição, M é a parte ortogonal <strong>de</strong> algum elemento<br />
f 2 G: f = T x M para algum x 2 L; orafT v f −1 2 G mas<br />
fT v f −1 =(T x M)T v (M −1 T −x )=T x (MT v M −1 )T −x = T x T Mv T −x = T Mv<br />
logo Mv 2 L; comoistonão<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>dox, concluímos a prova.<br />
71