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C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2011\EDI - Unama

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pécies, como por exemplo, H. parkeri, além de terem um alto valor comercial pela sua<br />

carne, apresentam também valor pela sua bexiga natatória – subproduto que serve de<br />

matéria-prima de ictiocola (BARTHEM, 1985a; NOMURA, 1978; SANTOS, 1952; VERÍSSI-<br />

MO, 1970). No estuário amazônico, a família Ariidae representa mais de 80% da biomassa<br />

(JICA, 1998) e sua abundância é devido à dinâmica da mistura entre as águas continentais<br />

e oceânicas (BARTHEM, 1985a).<br />

Quanto à área de coleta, os rios Amazonas e Tocantins deságuam na costa do<br />

estado do Pará, onde formam a Foz Amazônica, na qual se dá a mistura de 20% de toda<br />

descarga dos rios do mundo com o oceano (MILLIMAN, MEAD, 1983). Apesar de o rio<br />

Amazonas ser o terceiro do mundo em volume de descargas de sedimentos, nesta<br />

região não se forma um verdadeiro delta, uma vez que a forte Corrente Equatorial, que<br />

passa pela costa NE da América do Sul, desvia a deposição dos sedimentos para a direção<br />

N-NO (MEA<strong>DE</strong> et al., 1979; SIOLI, 1966).<br />

No primeiro semestre do ano, na Foz Amazônica, ocorre um período chuvoso ou<br />

de inverno o qual é caracterizado pelo aumento da descarga dos rios, que afasta as<br />

águas marinhas da costa; e no segundo semestre ocorre o período de seca ou de verão<br />

que é caracterizado pelo inverso (BARTHEM, SCHWASSMANN, 1994; EGLER, SCHWASS-<br />

MANN, 1962).<br />

No entendimento de Sioli e Klinge (1972), a Foz Amazônica apresenta um delta<br />

interno com cerca de 380km de largura, cobrindo uma área triangular de aproximadamente<br />

85.500 km 2 , não incluindo as terras aluviais de ambos os lados e o estuário propriamente<br />

dito, com a mistura das águas dos rios Tocantins, Amazonas e do oceano<br />

Atlântico.<br />

Para Myers (1960), o estuário amazônico é formado pelas descargas dos rios<br />

Amazonas e Pará que deságuam na costa Nordeste da América do Sul, o qual é compreendido<br />

entre a foz do rio Orinoco, na Venezuela, e a baía de São Marcos, no Maranhão.<br />

O estuário amazônico abrange toda a costa dos estados do Pará e Amapá e forma um<br />

complexo ambiente aquático, de elevada produtividade biológica chegando a 385.000<br />

t/ano, que sustenta uma grande biomassa de peixes explorados comercialmente pelas<br />

frotas artesanais e industriais desses estados (BARTHEM, SCHWASSMANN, 1994; DIAS<br />

NETO, MESQUITA, 1988). Além das espécies de grande importância econômica para a<br />

região, o estuário amazônico e a vegetação circundante são considerados como um<br />

“berçário”, visto que abrigam e alimentam jovens de diversas espécies de peixes e<br />

crustáceos (BARTHEM, 1985b; DAY, JOHN, 1989; LOWE-Mc CONNELL, 1987; OLDINEZ-CO-<br />

LLART, 1987).<br />

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />

Todo material utilizado neste trabalho e a metodologia de campo fez parte do<br />

projeto conjunto Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Agência de Cooperação Internacional<br />

do Japão (JICA) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais<br />

Renováveis (IBAMA).<br />

O trabalho se desenvolveu no período de agosto a outubro de 1996 (estação de<br />

verão), de março a abril (estação de inverno) e agosto a outubro de 1997 (estação de<br />

Traços, Belém, v. 12, n. 25, p. 123-132, jun. 2010

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