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mas de coleta e tratamento de esgoto (doméstico e industrial), entre outros. Baseado
no parâmetro vazão são projetados os equipamentos de infraestrutura sanitária e ambiental,
capazes de assegurar a qualidade de vida da população que será atendida.
Contudo os projetistas e companhias de saneamento deparam-se, muitas vezes,
com incertezas quanto à definição de variáveis envolvidas na concepção desses
sistemas de infraestrutura sanitária e ambiental, haja vista, haver pouca disponibilidade
de dados reais de vazão determinados por intermédio de medições efetivas.
O reflexo na utilização de dados de vazão de pouca confiabilidade pode, por
exemplo, comprometer o período de alcance do projeto de Estação de Tratamento de
Água (ETA) ou Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), tendo como consequência a saturação
prematura do projeto (subestimado), ou a ocorrência de situação inversa, haver
superestimado os dados de vazão que ocasionam investimentos iniciais desnecessários,
desperdícios econômicos e financeiros na execução de uma dada obra.
A investigação profunda na etapa de obtenção de dados verdadeiros para o dimensionamento
de sistemas sanitários e ambientais mostra-se de fundamental importância,
sob pena de incorrer-se em erros de projeto, algumas vezes grosseiros. Campos
(1994) comenta que é essencial para se iniciar o levantamento de dados para elaboração
de projeto de sistema de tratamento de esgotos determinar-se a qualidade e a quantidade
dos esgotos que serão encaminhados à ETE para que seja possível o dimensionamento
mais próximo da realidade local e não baseado em dados obtidos em literaturas.
A caracterização qualitativa e quantitativa dos esgotos é essencial para a concepção
de sistemas de coleta, tratamento e disposição. O amplo e perfeito conhecimento
das características do esgoto permite decidir qual a melhor alternativa de tratamento
a ser empregada e como será a operação do processo deste tratamento, e também
dimensionar melhor o sistema, sem riscos de incertezas e com custos adequados.
Além disso, o conhecimento da composição e da quantidade de esgoto é essencial
também na avaliação da operação de uma estação de tratamento e na manutenção da
qualidade do sistema de tratamento.
Outros exemplos de obtenção de dados de vazão são mencionados por Magalhães
(2000), no qual o monitoramento dessa variável pode ser visto como processo
essencial à implementação de instrumentos de gestão das águas que permitam a obtenção
de informações estratégicas, acompanhado das medidas efetivadas, atualizações
dos bancos de dados e direcionamento das decisões.
Diante de dados de vazão de sistemas, pode-se obter resultados que visam a
sua otimização operacional e o alcance de ações de planejamento relacionadas à expansão
do mesmo, readequações dos setores de distribuição, como por exemplo: operação
(intervenção controlada para obtenção de níveis de eficiência desejáveis); controle
de gastos com energia elétrica (deve-se ter em conta que grande parte da adução,
distribuição e do próprio tratamento depende de equipamentos e instalações elétricas)
e controle de produção (permitir medir os volumes e vazões aportadas durante
determinado período de interesse. Tais elementos são essenciais para acompanhamento
do sistema visando-se o estabelecimento de séries históricas necessárias a obtenção
do desempenho do sistema); dosagem de produtos químicos (obtenção de graus
de concentração pré-estabelecidos).
Traços, Belém, v. 12, n. 25, p. 55-69, jun. 2010