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C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2011\EDI - Unama

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161<br />

As variáveis que medem, o gosto do aluno pela Matemática e a frequência com<br />

que o aluno faz a lição de casa, estão positivamente relacionadas a proficiência, ou seja,<br />

o aluno gostar de Matemática e fazer a lição contribui para o aumento do desempenho,<br />

relativamente aos alunos que não gostam de Matemática e não fazem lição de casa.<br />

Estas variáveis elevam a proficiência em Matemática dos alunos da Região Norte em<br />

12,77 e 10,71 pontos, respectivamente. Na Região Norte os coeficientes elevam-se ainda<br />

mais alcançado 20,50 e 18,59 pontos de proficiência.<br />

Barbosa e Fernandes (2001) obtêm resultados semelhantes, constatando que<br />

quando se controla o nível socioeconômico dos alunos a infraestrutura e os equipamentos<br />

escolares e de formação dos professores, o gosto do aluno pela disciplina de Matemática<br />

interfere positivamente e significantemente na proficiência em Matemática.<br />

É interessante notar que a variável que mede a defasagem escolar se mostrou<br />

significativa e positiva ao explicar a proficiência em Matemática em ambas as regiões,<br />

contrariando a expressiva maioria dos estudos sobre desempenho que afirmam a<br />

defasagem escolar apresenta coeficiente negativo, como pode ser visto em Macedo<br />

(2006), Kassouf e Bezerra (2006).<br />

As variáveis referentes à formação dos professores não se mostraram<br />

significativas para explicar o desempenho dos estudantes, exceto o coeficiente do<br />

professor com ensino superior completo na região Norte, porém com coeficiente<br />

negativo contrariando a maior parte da literatura sobre o desempenho escolar. Segundo<br />

Albernaz, Ferreira, e Franco (2002) a maior escolaridade por parte dos professores torna<br />

a escola mais eficaz, entretanto aumenta o peso do nível socioeconômico do aluno<br />

sobre o desempenho, ou seja, professores mais escolarizados contribuem de uma forma<br />

mais elevada para o aumento do desempenho de alunos com maior nível socioeconômico,<br />

tornando a escola menos equitativa.<br />

A existência de um projeto pedagógico na escola está positivamente relacionada<br />

ao desempenho na Região Norte, com grande significância estatística. Na Região Sudeste<br />

o projeto pedagógico da escola também está positivamente ligada ao desempenho,<br />

porém com menor significância (10%), sendo de mais de 4 pontos o aumento da<br />

proficiência dos estudantes que estudam nestas escolas em ambas as regiões. Uma das<br />

possíveis explicações para essa queda de significância a existência de projeto pedagógico<br />

quase que na totalidade das escolas da região. Este resultado evidencia, ainda, de forma<br />

fraca a utilidade do projeto pedagógico sobre o desempenho escolar das duas regiões,<br />

contrariando o resultado apresentado por Franco, Mandarino e Ortigão (2002).<br />

A variável que mede a quantidade de computadores na escola mostrou-se<br />

significativa, tanto na Região Norte, como na Região Sudeste, sendo que nesta última<br />

perde-se em significância. Entretanto, esta variável quase não acrescenta pontos na<br />

proficiência em Matemática desses estudantes, visto que na Região Norte a<br />

proficiência eleva-se aproximadamente em 0,4 ponto, enquanto na Região Sudeste<br />

eleva-se de 0,14 ponto.<br />

A existência de televisão e aparelho de som na escola se mostrou significativa,<br />

apenas na Região Sudeste, sendo esta uma relação negativa, ou seja, o fato de a escola<br />

possuir televisão está afetando negativamente, e consideravelmente, a proficiência<br />

em Matemática (15 pontos). Tal informação pode estar indicando a má utilização desse<br />

Traços, Belém, v. 12, n. 25, p. 147-166, jun. 2010

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