C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2011\EDI - Unama
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observáveis que têm alguma relação com o desempenho, ou seja, controla-se o<br />
efeito daquelas variáveis não incluídas na regressão.<br />
Entre os efeitos mais robustos e significativos encontrados, tem-se que a<br />
ausência de rotatividade dos professores ao longo do ano letivo, a experiência média<br />
dos professores superior a dois anos em sala de aula e a existência na escola de conexão<br />
com a Internet afeta positivamente a proficiência média da escola. Outros resultados<br />
interessantes foram que a forma de escolha do diretor tem efeito positivo sobre o<br />
desempenho médio da escola. A existência na escola de laboratório de informática está<br />
negativamente relacionada com o desempenho, porém há evidências de que o uso de<br />
computadores para fins pedagógicos tem efeitos positivos sobre a proficiência.<br />
Em geral, nos estudos sobre determinantes do sucesso educacional, os autores<br />
dividem as variáveis explicativas do desempenho escolar em dois tipos: variáveis<br />
relativas ao aluno e suas características familiares; e as variáveis relativas à escola como<br />
professores, a infraestrutura escolar, entre outras.<br />
Segundo o Relatório Coleman (1966, apud LUZ, 2006), as características familiares<br />
e individuais do aluno são mais importantes que os fatores escolares na determinação<br />
do desempenho escolar. O relatório foi um estudo feito nos Estados Unidos em 1966,<br />
visando avaliar equidade e a qualidade educacional daquele país. Sua publicação foi<br />
precursora da enorme quantidade de estudos empíricos sobre a qualidade da educação,<br />
estimulando as discussões sobre a importância relativa dos fatores escolares para a<br />
proficiência educacional (G. NETO et al, 1994).<br />
Para César e Soares (2001), fatores escolares explicam uma porcentagem menor<br />
na formação das habilidades dos alunos, porém eles são preponderantes para provocar<br />
uma mudança na trajetória acadêmica do aluno.<br />
Segundo Barbosa e Fernandes (2001), o desempenho escolar do aluno não<br />
depende exclusivamente das suas características individuais. A escola tem a sua parcela<br />
de responsabilidade. A pesquisa avalia os fatores que marcam a diferença entre escolas<br />
e contribuem para a sua eficácia, controlando por nível socioeconômico. A pesquisa<br />
conclui que a motivação dos alunos, relação casa-escola, condições físicas da escola, e<br />
atributos associados aos professores são fatores importantes na explicação da<br />
proficiência em Matemática para os alunos da 4ª série no Brasil.<br />
A literatura sobre avaliação e desempenho escolar não é conclusiva sobre a<br />
responsabilidade da escola na proficiência dos alunos. A escola tem um impacto<br />
significante nos resultados escolares dos alunos (NUTTAL et al, 1989; MORTIMORE et al<br />
, 1988; MORTIMORE, 1993 apud LUZ, 2006).<br />
Outros autores levam em conta não só o efeito escola, mas também o efeito<br />
turma e sugerem que grande parte da dispersão dos resultados escolares até então<br />
atribuídos à escola (o efeito escola) são de fato atribuídos à turma, e que os professores<br />
é que fazem a diferença na aprendizagem (HILL E ROWE, 1994 apud LUZ, 2006).<br />
O presente artigo visa contribuir com o conjunto de pesquisas baseadas em modelos<br />
de regressão linear múltipla onde a variável dependente é o desempenho do aluno medido<br />
por sua nota de proficiência, e que tem como variáveis independentes ou explicativas fatores<br />
relacionados ao ambiente familiar, escolar e na formação e conduta dos professores, além<br />
de capturar o efeito da variável estado em cada uma das regiões em comparação.<br />
Traços, Belém, v. 12, n. 25, p. 147-166, jun. 2010