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158 Os professores da Região Sudeste possuem melhor formação escolar, sendo que 79,23% deles possuem formação superior; na Região Norte este percentual cai para 66,31%, sendo esta diferença de aproximadamente 12 pontos percentuais. O percentual de professores com Ensino Médio é muito maior na Região Norte (33,69%) comparado ao da região Sudeste (20,77%). Com relação a preocupação dos professores e dos gestores da educação quanto à qualificação didático-pedagógica no ensino da Matemática, 83,70% dos professores da Região Norte já fizeram algum tipo curso de aperfeiçoamento ou de formação continuada, na Região Sudeste este percentual eleva-se em 3,73%. Tais diferenças indicam uma melhor qualidade dos sistemas de ensino da Região Sudeste, e a deficiência dos sistemas de ensino da Região Norte, fato que pode estar levando à queda de desempenho entre as regiões (tabela 4). As escolas da Região Sudeste apresentam-se mais equipadas e estruturadas quando comparadas às escolas da Região Norte. A média de computadores por escola na Região Sudeste fica em torno de 9,87 computadores por escola, e ainda a proporção de escolas com biblioteca para utilização dos alunos alcança 86,35% delas. Na Região Norte esses valores diminuem consideravelmente, a média de computadores por escola diminui para 6,93, e a proporção de escolas com biblioteca diminui para 75,85%. Nas escolas da Região Sudeste 89,78% delas utiliza projeto pedagógico escolar, já na Região Norte 81,02% valem-se do projeto pedagógico, demonstrando considerável diferença de preocupação sobre a qualidade do ensino ministrado nessas duas regiões. O resultado do teste de Chow para avaliar se há diferença entre os coeficientes estimados pelas regressões para cada uma das regiões leva a conclusão de rejeição da hipótese nula de que os parâmetros das equações são iguais em ambas as regiões, com significância estatística de 1,0%. Assim, serão gera duas regressões, uma para cada região de análise. A tabela 5 apresenta a estimação dos coeficientes das variáveis explicativas da proficiência em Matemática dos alunos da 4ª série do Ensino Fundamental para as Regiões Norte e Sudeste. O coeficiente de determinação ou explicação do modelo (R 2 Ajustado) é de 0,167 e 0,218 para as Regiões Norte e Sudeste, respectivamente. A variável sexo indica que estudantes do gênero masculino apresentam melhor proficiência em Matemática na 4ª série do Ensino Fundamental, cerca de 4 pontos acima dos estudantes do sexo feminino em ambas as regiões analisadas (tabela 5). Os estudos realizados por Luz (2006), Macedo (2004), Albernaz et al (2002) apresentam resultados semelhantes. A variável cor ou raça dentro da Região Norte não foi significativa para explicar a proficiência em Matemática, porém na Região Sudeste ela ganhou muito em significância (1%), indicando que os estudantes dessa região que se declararam da cor ou raça branca obtêm melhores desempenhos em Matemática, acima de 8 pontos de proficiência, comparados àqueles de outras raças (negros, pardos, mulatos, e indígenas). Isto pode significar na Região Norte que a variável raça não é tão importante na proficiência em Matemática dos alunos da 4ª série do Ensino Fundamental, como observado na Região Sudeste, talvez devido ao fato da dispersão das raças ser muito maior na Região Norte. Traços, Belém, v. 12, n. 25, p. 147-166, jun. 2010
159 Tabela 5: Coeficientes estimados para as equações de proficiência em Matemática dos alunos da 4ª série do Ensino Fundamental para as Regiões Norte e Sudeste, em 2005. Fonte: Inep. Elaboração e cálculos: autores do trabalho. (*) significante ao nível de 1%. (**) significante ao nível de 5%. (***) significante ao nível de 10%. A existência de computador na casa do estudante está positivamente relacionada à proficiência em Matemática nas Regiões Norte e Sudeste, com grande significância estatística (1%), indicando outra variável de destaque que possui relação com a proficiência, sendo que o desempenho desses estudantes é consideravelmente elevado, de mais de 11 pontos acima daqueles estudantes não detentores de computador em casa, em ambas as regiões. Traços, Belém, v. 12, n. 25, p. 147-166, jun. 2010
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