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Motivação no trabalho cooperativo - BVS Psicologia ULAPSI Brasil

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cada uma de seus meios específicos de pressão: classes sociais, igrejas, família e escola.<br />

O autor sintetiza que “cooperar na ação é operar em comum, isto é, ajustar por meio de<br />

<strong>no</strong>vas operações (qualitativas ou métricas) de correspondência, reciprocidade ou<br />

complementaridade, as operações executadas por cada um dos parceiros” (p.105).<br />

Se a cooperação constitui um sistema interindividual, ou seja, dos agrupamentos<br />

operatórios que permitem se ajustarem umas às outras operações dos indivíduos, então a<br />

cooperação e as operações agrupadas são uma única e só realidade vista sob dois<br />

aspectos diferentes. Piaget (1965/1973, p.110) alerta: “é necessário precisar que a<br />

cooperação, tal como a definimos por suas leis de equilíbrio e a opomos ao duplo<br />

desequilíbrio do egocentrismo e da opressão, difere essencialmente da simples troca<br />

espontânea...”. A passividade da livre troca é contraposta pela cooperação, pois esta<br />

pressupõe uma total descentração e negação do egocentrismo intelectual e moral e de<br />

uma liberação em relação às coações sociais que o egocentrismo prova ou mantém.<br />

De acordo com a concepção epistemológica interacionista/construtivista, o próprio<br />

conhecimento é percebido como uma relação de interdependência entre o sujeito e o<br />

meio. Ramozzi-Chiarotti<strong>no</strong> (1988) afirma que o objeto de conhecimento é tudo que<br />

envolve o sujeito, o meio físico, o meio simbólico e o meio social. Um sujeito realiza trocas<br />

de diferentes qualidades com seu meio, ambos formam um sistema; sendo assim o<br />

próprio meio ou o objeto existem, independentes do sujeito, mas não podem ser<br />

conhecidos senão por aproximações, através da atividade física ou simbólica. Essas<br />

aproximações podem provocar modificações da estrutura cognitiva do sujeito tanto em<br />

nível de pensamento como em nível de ação. "Conhecer é modificar, transformar o objeto,<br />

e compreender o processo dessa transformação e, conseqüentemente, compreender o<br />

modo como o objeto é construído". (Piaget, 1972, p.4).<br />

Se o sujeito e o objeto são modificados pelo processo da interação, é natural que a<br />

integração opere modificações entre os sujeitos, sendo esses modificados infinitamente,<br />

uns modificando os outros. Assim, as relações interpessoais são algo vivo, estando em<br />

constante mutação, e a cooperação não se dá pela simples transmissão de esforços, mas<br />

é algo mais profundo, que depende da perfeita interação das pessoas, da ação do sujeito<br />

sobre o objeto do conhecimento, dos esquemas de significação que possibilitam o<br />

estabelecimento de relações com o <strong>no</strong>vo na busca de um <strong>no</strong>vo equilíbrio.<br />

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