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APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

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109As ativida<strong>de</strong>s foram absorvidas com música e qualida<strong>de</strong>s físicas (*).Este primeiro exercício originou movimentos sinuosos, por vezes tremores. Aação inscrita foi ¨colocar ciúmes em Valmont¨ (enquanto <strong>de</strong>screve o amante). Arepetição da palavra ¨você¨, junto a certa ocilação no en<strong>de</strong>reçamento da fala(para ¨Valmont real¨ ao seu lado ou para a imagem no espelho on<strong>de</strong> estariarefletida a sua imagem travestida <strong>de</strong> ¨Valmont personagem¨) inscreveu ação:eles se preparam para o ¨número¨ O Assédio a Turvel (vivido por Merteuil-Valmont): ¨Ciumento, VOCÊ, Valmont. Que recaída. Eu enten<strong>de</strong>ria se VOCÊ oconhecesse. Além disso, estou certa <strong>de</strong> que VOCÊ já o encontrou. <strong>Um</strong> belohomem. Embora não muito diferente <strong>de</strong> VOCʨ.A nova imagem combinou-se `a resultante do jogo com o percurso1. Enquanto reage ao nome ¨Turvel¨, Merteuil ¨busca o vestido <strong>de</strong> Valmont¨para que ele se prepare para o número que encenarão. A ação ¨colocarciúme¨ também se <strong>de</strong>senvolveu: Merteuil utiliza o ¨personagem¨ (Valmont dopassado, que via no espelho) para provocar ¨Valmont¨. Pois o ¨seu¨ Valmontera muito melhor que ele: era jovem, belo, libertino e pérfido. As açõesenca<strong>de</strong>aram. Certas imagens, pedaços, fragmentos, ganharam consistência.Em seguida, Merteuil falava sobre ¨o museu dos seus amores¨.<strong>Um</strong>a fantasia frutífera: o museu dos nossos amores. Teríamos acasa cheia, não é, Valmont? Como a coluna <strong>de</strong> nossos <strong>de</strong>sejosapodrecidos. Os sonhos mortos, em or<strong>de</strong>m alfabética oucronológica, livre dos acasos da carne, não mais expostos aossustos da transformação (1)._____________________(*) Foi interessante perceber que quando partiturizadas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> inscrevero registro cotidiano. Observando as <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> María Knébel dos exercícios realizadoscom os atores, percebemos que o registro cotidiano lança mão <strong>de</strong> operações específicas,como a construção <strong>de</strong> um pensamento ¨distante¨, ¨em outro lugar¨ (enquanto as ativida<strong>de</strong>sestão sendo realizadas ¨automaticamente¨), bem como a percepção <strong>de</strong> tudo o que se vê,ouve, toca em cena. A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>stas operações está em KNÉBEL, op. cit., pgs 36-60.1. MÜLLER, Heiner, op. cit., pg. 60.

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