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APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

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42NOVOS PEDAÇOS VÃO SENDO ENTRELAÇADOS EM UNIDA<strong>DE</strong>S CADA VEZ MAIORES5Não esqueceu como tratar esta máquina. Não retira sua mão. Não que eu sinta alguma coisa por você.É minha pele que se lembra.1 + 2 + 3 + 4 + 5Valmont. Eu dava por acabada sua paixão por mim. Qual a origem <strong>de</strong>ste repentino recru<strong>de</strong>scer? Ecom tanta força juvenil! Tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, porém. Não conseguirá mais inflamar meu coração. Nem maisuma vez. Nunca mais. Não lhe digo isso sem pesar, Valmont. Mesmo assim houve minutos, talvez<strong>de</strong>vesse dizer momentos. <strong>Um</strong> minuto, isso é uma eternida<strong>de</strong> em que me senti feliz, graças a suacompanhia. Estou falando <strong>de</strong> mim, Valmont. O que sei <strong>de</strong> seus sentimentos? E talvez fosse melhorfalar <strong>de</strong> minutos nos quais pu<strong>de</strong> usá-lo. Isto é, a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com a minha fisiologia, <strong>de</strong>sentir alguma coisa que na memória, parece-me um sentimento <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>. Não esqueceu comotratar esta máquina. Não retira sua mão. Não que eu sinta alguma coisa por você. É minha pele que selembra.6Ou talvez seja a sua, estou falando da minha pele, Valmont, e simplesmente tanto faz para ela <strong>de</strong> quemodo, em que animal sta fixado o instrumento <strong>de</strong> sua volúpia, mão ou garra?1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6Valmont. Eu dava por acabada sua paixão por mim. Qual a origem <strong>de</strong>ste repentino recru<strong>de</strong>scer? Ecom tanta força juvenil! Tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, porém. Não conseguirá mais inflamar meu coração. Nem maisuma vez. Nunca mais. Não lhe digo isso sem pesar, Valmont. Mesmo assim houve minutos, talvez<strong>de</strong>vesse dizer momentos. <strong>Um</strong> minuto, isso é uma eternida<strong>de</strong> em que me senti feliz, graças a suacompanhia. Estou falando <strong>de</strong> mim, Valmont. O que sei <strong>de</strong> seus sentimentos? E talvez fosse melhorfalar <strong>de</strong> minutos nos quais pu<strong>de</strong> usá-lo. Isto é, a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com a minha fisiologia, <strong>de</strong>sentir alguma coisa que na memória, parece-me um sentimento <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>. Não esqueceu comotratar esta máquina. Não retira sua mão. Não que eu sinta alguma coisa por você. É minha pele que selembra. Ou talvez seja a sua, estou falando da minha pele, Valmont, e simplesmente tanto faz para ela<strong>de</strong> que modo, em que animal está fixado o instrumento <strong>de</strong> sua volúpia, mão ou garra?7Quando fecho os olhos, você é bonito, Valmont. Ou corcunda, se eu <strong>de</strong>sejar. O privilégio dos cegos.Você tem mais sorte no amor. A comédia dos sintomas lhe é poupada: você vê o que quer ver. O i<strong>de</strong>alseria ser cego e surdo-mudo.

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