11.07.2015 Views

APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

86forma para outra. Extremamente absorvidas, as trocas evocavam as açõesda ¨mulher <strong>de</strong> pescador que espera o barco chegar¨ (contexto em jogo):espasmos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> seguidos da <strong>de</strong>sistência, a preocupação, o retorno`a espera, a atenção voltada para o mar.Com o Primeiro Monólogo <strong>de</strong> Merteuil (na primeira modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>jogo), a partitura <strong>de</strong> mimesis <strong>de</strong> performance foi ¨absorvida¨ e a ativida<strong>de</strong>carregada <strong>de</strong> tônus. Experimentei a imagem vocal em foco: a enunciaçãoapoiada na dinâmica, nas variações do seu <strong>de</strong>senho. Em seguida, imagensresultantes do trabalho com outros fragmentos foram associadas e produziuma nova imagem para o jogo: ¨Valmont como instrumento <strong>de</strong> vingança¨. Naépoca, estava lendo o que Müller dizia. Quarteto fora escrito <strong>de</strong>pois daencenação <strong>de</strong> Mauser realizada por Christoph Nels em 1980. O encenadorera <strong>de</strong> origem burguesa e utilizara um homem e uma mulher, ¨o únicorelacionamento violento que conheciam no âmbito <strong>de</strong> sua própria experiência<strong>de</strong> vida¨ (MÜLLER, 1997: 230): ¨Quarteto é um reflexo do terrorismo, comum tema, um material, que `a primeira vista nada tem a ver com o assunto¨(i<strong>de</strong>m: 230).Falava sobre Fatzer-Material: ¨Matar com humilda<strong>de</strong> é o núcleoteológico can<strong>de</strong>nte do terrorismo. Não existe solução para este paradoxohumano¨ (i<strong>de</strong>m: 228): ¨O núcleo do problema é que o matar po<strong>de</strong> serpensado. Se achamos necessário matar, não temos o direito <strong>de</strong> não fazê-lonós mesmos: <strong>de</strong>legar seria imoral¨ (i<strong>de</strong>m: 228). E ainda: ¨No andar <strong>de</strong> baixomorava minha mulher com outro homem, que estava violentamenteapaixonado por ela¨ (i<strong>de</strong>m: 231).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!