APROPRIAÃÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP
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92A cultura teatral abre perspectivas quanto a elaboração <strong>de</strong> umasubpartitura: perguntas feitas a si mesmo, regras, elementos da relação doator com a obra. Esta abertura implica uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s. Oque está em questão é, fudamentalmente, o que é capaz <strong>de</strong> ¨mobilizar¨ (eque implica questões éticas e estéticas) internamente: ¨Qualquer que seja aestética da encenação <strong>de</strong>ve existir uma relação entre a partitura e asubpartitura, os pontos <strong>de</strong> apoio, a mobilização interna do ator¨ (BARBA,1993: 171 upud BONFITTO, 2007: 80). Kusnet propunha a escrita da cartamomentos antes do ator entrar em cena: uma imagem o estimulava a agir.(...) enquanto escreve, fixa materialmente seus pensamentos,po<strong>de</strong>ndo, em seguida, racionalizar e selecionar os resultadosobtidos espontaneamente. O resultado final <strong>de</strong>sse processogeralmente é uma ação clara e (embora freqüentemente muitocomplexa) <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> toda confusão da invencionicepsicológica (1).Em certo momento do processo com Quarteto criei a sentença:¨Eu quero que eles percam a fala¨ (como a última imagem, a última instânciaregistrada pela escrita antes <strong>de</strong> ir ao jogo). Em outro momento, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>realizarmos jogos com as partituras físicas, voltei a escrever. Escutando evendo o enca<strong>de</strong>amento fixo <strong>de</strong> imagens já inscritas em cena, vivenciando¨na imobilida<strong>de</strong>¨ estas ativida<strong>de</strong>s, uma ação surgiu <strong>de</strong> supetão: ¨usar odiscurso religioso para caçoar <strong>de</strong> Turvel¨ (propulsora <strong>de</strong> impulso).______________________1. KUSNET, Eugenio, op. cit., pg. 127.(*) O autor está falando da escrita.2. KUSNET, Eugenio, op. cit, pg. 120.Devido `a organicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa forma (*), o ator consegue maisfacilmente adquirir a ¨fé cênica¨ na realida<strong>de</strong> da ação que se lhepropõe, ou em outras palavras ele chega mais facilmente aelaborar uma ¨instalação¨. (2)