11.07.2015 Views

APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

APROPRIAÇÃO DE TEXTO: Um Jogo de Imagens - ECA-USP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

125ativida<strong>de</strong>s cotidianas, bem como o interesse por este ¨outro pensamento¨,que se torna evi<strong>de</strong>nte (e po<strong>de</strong>ríamos dizer que ¨<strong>de</strong>sperta a curiosida<strong>de</strong>, trazquestões, propõe jogo¨). Knébel aponta para um mecanismo <strong>de</strong> transferênciada atenção (a alternância do foco) entre duas elaborações verbais.De certa forma, o princípio da subpartitura que inscrevemos comQuarteto é o mesmo. No entanto, a inscrição <strong>de</strong> um corpo ¨cotidiano¨ contacom ¨outras regras¨: gestos pequenos, pouca ativida<strong>de</strong> externa, abstração doambiente. O ator treina (repete, exercita) a inscrição <strong>de</strong> um corpo que é estenosso que cotidianamente carregamos: uma inscrição on<strong>de</strong> elementos secombinam <strong>de</strong> maneira que a modificação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les altera a resultante.Com Quarteto, colocamos em jogo fazer gestos gran<strong>de</strong>s e ocupartodo o espaço. Instantaneamente o repertório constituído em processo (compartituras físicas transformadas) foi presentificado para auxiliar a resoluçãodo problema. Neste sentido, a resolução cênica implicou certa mescla, certohibridismo no que diz respeito a um significante importante na linguagemteatral: a construção do chamado ¨corpo extra-cotidiano¨. O teatro constróisignificantes que lhe são próprios: ¨contra-ação¨, ¨efeito <strong>de</strong> estranhamento¨,¨teatralização¨, ¨corpo extra-cotidiano¨, etc. Segundo Barba, estas idéias sãosuporte, são subpartitura. Treinamos partituras físicas que escapavam aoregistro cotidiano. Trabalhamos com certa estilização do corpo. Ao mesmotempo, o princípio da divisão do foco inscreveu, em cena, ¨pensamento¨, e ointeresse <strong>de</strong> alguém por algo: <strong>de</strong> Merteuil (mulher) por Valmont (homem).Estava implicada a idéia <strong>de</strong> humano, <strong>de</strong> pessoa, na nossa subpartitura.O ¨<strong>de</strong>talhe¨ se <strong>de</strong>fine para Jakobson como instância <strong>de</strong> umprocesso metonímico e, como metonímia, é propriamente o que articula

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!