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DIÁRIO - Câmara dos Deputados

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Setembro de 1993 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 19741com'menos de 4% do PIB, consegue financiar uma economiaque cresce a todo vapor. Entregar ao setor financeiro 23%do nosso PIB é decretar o mais alto nível de desigualdade,aliás, marca registrada do Brasil atual, onde 32 milhões depessoas vivem em situação de indigência, motivo da profundapreocupa9ão e inquietação da sociedade brasileira.A questão da fome é mais séria do que muita gente pensaque é. Estu<strong>dos</strong> do IPEA, feitos ainda em 1984, já indicavamque a fome afetava 86 milhões de brasileiros. A situação édramática e sua modificação efetiva pressupõe mudanças estruturaisdifíceis de serem seguidas, apesar do desdobradoesforço do valente Herbert de Souza, o Betinho, pois implicambalanço de poder.A América Latina e o Caribe enviam ao Primeiro MundoUS$35 bilhões ao ano, como pagamento <strong>dos</strong> serviços da dívidaexterna. E a dívida continua crescendo. O Brasil é o campeãoda dívida externa entre os países da América Latina e o CarilJe,com uma dívida de 124,7 bilhões de dólares. Entretanto, agrande verdade é que o pagamentõ da dívida externa do Brasile de outros países subdesenvolvi<strong>dos</strong> significará a salvação <strong>dos</strong>istema finaIlceiro <strong>dos</strong> países poderosos, especialmente <strong>dos</strong>grandes bancos priva<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> EUA, para os quais o não-pagamentotrará conseqüências desastrosas.Como falta firmeza no tratamento da questão da dívidaexterna, não pode existir uma política efetiva de valorizaçãodo homem em nosso País. Com isso, sobra-nos "a fome, adoença e a marginalização global", como disse acertadamenteD. Pedro Casaldáglia.Era o que tinha a dizer.O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco Parlamentar ­SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr Presidente, Sr'se Srs. Deputa<strong>dos</strong>, analisei recentemente, nesta tribuna, o importantecrescimento da safra brasileira de soja para 1994.Destaquei naquela oportunidade que, embora haja um panoramapositivo para o setor, é preciso enfrentar alguns sériosproblemas, como o do escoamento da safra.Quero voltar a discutir esse problema nesta Casa hoje,.:pois como indicam levantamentos que fiz, o Brasil é o Paísem que o custo do transporte de safras é o mais elevadodo mundo, algo em torno de US$4O,00 por tonelada a maisdo que nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> da América. Os da<strong>dos</strong> demosntramque o País desperdiça, em armazenamento, cerca de US$400milhões por ano à espera de caminhões; US$200 milhões àespera de vagões e US$250 milhões à espera de navios. Issosem considerar o mau estado de conservação <strong>dos</strong> portos edas rodovias, as frotas obsoletas de navios e caminhões eo fato de que as poucas ferrovias brasileiras estão totalmenteabandonadas. Mas como complicação é bobagem, no Paísescoam-se as safras pelas rodovias, meio de transporte infinitamentemais caro; compare-se essa prática com a <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong>uni<strong>dos</strong>, o maior produtor mundial de soja; 61% de sua produçãoé escoada por hidrovias, 21 % por ferrovias e só 18%por rodovias. No caso brasileiro, esses numeros são inversamenteproporcionais: o transporte de 74% da produção nacionalé feito por rodovias, o de 25% por ferrovias e somente1% por hidrovias; os custos <strong>dos</strong> fretes rodoviários e ferroviáriossuperam o hidroviário, respectivamente, em 85% e 23%.Os custos <strong>dos</strong> transportes são responsáveis pela falta decompetição <strong>dos</strong> produtos agrícolas, que chegam ao porto 'deSantos, no Estado de São Paulo, com preços tão caros quepraticamente inviabilizam o comércio. Recentemente, os governose algumas empresas de São Paulo e do Paraná começarama buscar alternativas para eliminar as deficiências <strong>dos</strong>istema de transporte de cargas procurando, assim, reduziros preços <strong>dos</strong> fretes <strong>dos</strong> produtos agrícolas.Como exemplo desse esforço foi inaugurado em julhoúltimo, em Pederneiras, Estado de São Paulo, o primeirosistema trimodal do País, construído em esquema de parceriaentre o Governo e a iniciativa privada, utilizando a hidroviaTietê-Paraná. Muito em breve entrará em operação outroterminal semelhante, em São Simão, praticamente descartando-seo transporte rodoviário de São Simão ao porto de Santos.A soja, no caso, será embarcada em São Simão e viajarápelos rios Paraíba, Paraná e Tietê até atracar em Pederneiras.De lá, a carga seguirá de trem até Santos. Com esse sistema,haverá econoimia de US$5 portonelada, segundo os primeiroscálculos.É preciso desenvolver uma nova mentalidade, melhorare ampliar o uso de nossas bacias hidrográficas, buscar a participaçãoda iniciativa privada nos investimentos de infra-estrutura,até mesmo privatizar o setor. Não tenho dúvida queuma integração entre os mais diferentes tipos de transportese o porto é o melhor caminho para tornar eficiente o setore compatibilizar os preços <strong>dos</strong> produtos agrícolas para possibilitarque sejam extremamente competitivos no mercado,ampliando assim a nossa balança comercial.O SR. VASCO FURLAN (PPR - se. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Sr·' e Srs., Deputa<strong>dos</strong>, assomoa esta tribuna para registrar o transcurso, neste dia, da DataNacional-do México. Presto esta homenagem a esse país amigo,que vem avançando no processo de estabilização de suaeconomia.Em relatório da Comissão Econômica para a AméricaLatina e Caribe - CEPAL - das Nações Unidas, estimativaspreliminares indicam, em 1992, um crescimento do PIB porhabitante na ordem de 0,6%. NO âmbito do Pacto para aEstabilidade e o Crescimento Econômico (PECE), estabelecidohá três anos, a política de estabilização, em 1992, conseguiuuma desaceleração do processo inflacionário, encerrandoo ano de 1992 com uma taxa de 15,5%. No comércio exterioro Brasil atingiu, de janeiro a junho de 1993, cifras de 553milhões e 565 mil dólares de exportações e 145 milhões e673 mil dólares de importações.Como Presidente da Comissão de Assuntos Culturais,Educação, Ciência e Tecnologia do Parlamento Latino-Americano(PARLATINO), e no momento em que estamostrabalhando pela implantação da Universidade Latino-Americanae do Caribe - ULAC, com sede em Brasília, nãoposso deixar de mencionar o valioso trabalho que o SenadorHumberto Logo Gil, Vice-Presidente pelo México no Parlatinoe Presidente da Comissão de Assuntos Políticos, e oSenador Angel Ventura Valle, membro da Comissão de Educação,realizam na nossa Instituição e o apoio que nos vêmprestando nesse projeto. Preciso assinalar também que o ex­Vice-Presidente pelo México no Parlatino, Patrocínio GonzalezBlanco, é atualmente Secretário de Governación naquelepaís, cargo que equivale, no Brasil, ao de Ministro do Interior.Saúdo igualmente o Senador Emílio M. González, Presidentedo Senado Mexicano, e a Deputada Mapa de Los AngelesMoreno, Presidente da Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>, pelo apoioà causa integracionista neste importante momento de consolidaçãodo Parlatino, com a inauguração da Sede no Brasil,no dia 17 de julho passado, com a presença de Chefes deEstado e de Governo de países latino-americanos e de Portugal.

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