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DIÁRIO - Câmara dos Deputados

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Setembro de 1993 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 19747só os prejuízos ecó'nômicos, mas retira-lhe importante referênciacultural.Srs. Deputa<strong>dos</strong>, o trem de passageiros que fazia a ligaçãoentre São Luís e Teresina foi desativado. Prejudica<strong>dos</strong> por'essa decisão, maranhenses e piauienses reclamam a sua volta.Nesse sentido recebemos cópia de correspondência enviadapela Câmara Municipal de Codó, Maranhão, ao Presidenteda República, na qual os Srs. Vereadores apresentam seupleito. Entre os argumentos apresenta<strong>dos</strong>, alegam que "a populaçãodas cidades e lugarejos que ficam à margem da estradade ferro São Luís-Teresina é constituída, na sua maioria,por pessoas de poder aquisitivo baixo, e o custo do transporteferroviário é 50% mais baixo do que o de qualquer outromeio de transporte".A essa acrescentam razões de outra ordem. Relembrama função de integração regional e de incentivo ao turismoexercida pela circulação do trem de passageiros. Nas peque'nascidades situadas às margens da ferrovia, realizam-se inúmerasfestas tradicionais, que estão sendo prejudicadas. Já se vemnotando a diminuição da afluência de turistas à cidade deCodó, conhecida como centro umbandista importante na região,à qual acorriam visitantes até mesmo procedentes devários países da América do Sul.Reconhecemos, perfeitamente, serem graves os prejuízosocasiona<strong>dos</strong> pela desativação do trem de passageiros. entreSão Luís e Teresina, e por isso mesmo apoiamos a reivindicaçãodo povo do Maranhão e do Piauí e apelamos para oPresidente Itamar Franco a fim de que a ela seja sensível,atendendo a esse justo pleito, ao qual prestamos o nossomais decidido apoio.o SR. PEDRO mUJO (PMDB ~ BA. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,venho, hoje, a esta tribuna fazer algumas considerações sobrea entrevista, anteontem, concedida pelo Ministro da Fazenda,Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>o.No mês de maio passado, Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>oassumiu o comando da economia, brasileira, demonstrandocontrole absoluto da situação e prometendo soluções rápidaspara os gravíssimos problemas econômico-sociais que rios castigamduramente. ,Agora, decorri<strong>dos</strong> mais de três meses, o Ministro vema público, mas decepciona a Nação. Em vez de apresentarresulta<strong>dos</strong> concretos e positivos, sem aquele entusiasmo inicial,conclama o povo brasileiro a que tenha mais paciênciae menos imediatismo. .Trata-se, realmente, de mais. uma triste frustração, poiso Ministro havia determinado um Planó de Ação Imediata,incluindo, portanto, providências urgentíssimas. Porém, nadade auspicioso o Ministro pôde anunciar, Revelou apenas oóbvio, ou seja, que o controle da inflação é questão detempo,que o Brasil certamente tem jeito, masque precisadacooperaçãode to<strong>dos</strong>. 'Todavia, Dr. Presidente, a realidade econômica brasileiraé bem outra, totalmente contras tante com aquele' quadrocor-de-rosa, que Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>o tentou delinear.A aceleração inflacionária preocupa seriamente; o déficit públicocontinua crescendo; os investimentos públicos foram reduzi<strong>dos</strong>drasticamente, provocando graves infortúnios sociais.Segundo pesquisa realizada pelo grupo de consultoriaIdéias, os indicadores da inflação são decididamente negativos.O Ministério da Fazenda assumiu com o índice da FIPE(Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP), emmaio, a 29,14%. Agora em setembro, a projeção já indica34,05%. No setor produtivo, a pesquisa constata.nítida desaceleraçãoem setores básicos, como vendas reais da indústriae dO.comércio.Em síntese, SI. Presidente, Sr~ e Srs. Deputa<strong>dos</strong> naqualidade de representante do povo nesta Casa, e est;ndoperfeitamente sintonizado com nossa situação social, julgo-meno dever de conclamar a to<strong>dos</strong>, principalmente as autoridadespúblicas, para que sejamos mais realistas, reflitamos sobrenossa caótica realidade econômico-social e, assim, possamosencontrar alternativas mais concretas e práticas para sair dacrise, reduzindo impostos, aumentando empregos e saláriose, assim, buscar o caminho do desenvolvimento.Era o que tinhaa dizer.o SR. LÉZIO SATHLER (PSDB - ES. Pronuncia oseguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr's e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,o movimento pela reabertura <strong>dos</strong> cassinos tem objetivos reaisinconfessáveis, pois to<strong>dos</strong> sabemos que os argumentos emseu favor são falaciosos e precisam ser desmascara<strong>dos</strong> perantea opinião pública, que não pode continuar a ser bombardeadacom inverdades, já que ele esconde os aspec;tos altamentenegativos do funcionamento <strong>dos</strong> cassinos.O principal argumento, o de que os cassinos ensejarãoo increm,ento do turismo, é altamente falacioso e até mesmoinescrupulo, porque o que pode, de fato, melhorar a atividadeturística no País são providências de caráter público, principalmentea melhoria da infra-estrutura turística quer quanto àrede hoteleira, quer quanto às condições de transporte aéreo,marítimo, lacustre, rodoviário e ferroviário.É claro, Sr. Presidente, que uma indústria turística desenvolvidae bem estruturada tem condições efetivas de aumentara oferta de emp'rego em número bastante superior ao queseria propiciado com a reabertura dOli·cassinos, o mesmo ocorrendocom a receita de impostos diretos e indiretos, coma vantagem de não se limitar a balneários ou a algumas cidades,como defendem os líderes desse movimento, mas abrangendopraticamente to<strong>dos</strong> os municípios brasileiros.Não se pode ignorar também que o jogo se presta àlavagem de dinheiro do narcotráfico internacional, e que normalmenteas atividades <strong>dos</strong> cassinos. são associadas aó usoe' ao tráfico de drogas, à bebida, ao fumo e à prostituição,constituindo-se em mais um fator de desagregação da família,da moral pública e <strong>dos</strong> costumes.Acresce, Sr. Presidente, que o Brasil é o país onde maisse joga no mundo, pois aqui se aposta em corrida de cavalos,na Sena, na Sena Especial, na Loto, na Loteca, na Raspa­.dinha, que são várias, na Loteria Federal, nas Lotepas Estaduais,no Papa-Tuqo, na Tele-Sena, nos Bingos, nos,sorteiosextras regularmente autoriza<strong>dos</strong> pelo Ministério da Fazenda,e agora a sociedade se aclia sob efetiva ameaça <strong>dos</strong> cassinos,que seriam mais um trágico fator e sugar a economia populare cujas receitas somadas totalizariam movimento mensal superiora um bilhão de dólares.É importante r~ssaltar, Sr. Presidente, que, com exceção<strong>dos</strong> cassinos, que oferecem maior, participação <strong>dos</strong> apostadoresna arrecadação, os ganhadores, quando ganham, levamo prêmio máximo de 56% de toda a receita, havendo caso.s,como o da Tele-Sena e do Papa-Tudo, que essa Participaç&oé de apenas 6% e9% respectivamente, sendo que nenhum<strong>dos</strong> jogos existentes distribui qualquer percentual para os Municípios,já que apenas os Esta<strong>dos</strong>, com 5% participam daarrecadação.

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