19758 Sexta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1993foi porque o setor privado fracassou no setor de telecomunicações,de energia e de petróleo.Acho que a sociedade brasileira - a sua parte sadianaturalmente: pequenos e médios empresários, a Igreja, trabalhadores,jornalistas, advoga<strong>dos</strong>, estudantes - vai cumprin<strong>dos</strong>ua tarefa de impedir a manobra golpista contra asinstituições brasileiras, contra os interesses nacionais e fundamentalmentecontra a própria Constituição, e que não passarápor esta Casa, nem pelo nosso País.VI -ORDEM DO DIAo SR. PRESIDENTE (Paulo Delgado) -Apresentação de ProposiçõesOs Senhores Deputa<strong>dos</strong> que tenham proposições a apresentarpoderão fazê-lo.APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SENHORES:AUGUSTO CARVALHO - Projeto de decreto legislativoque dispõe sobre a escolha, pelo Congresso Nacional,de Ministros do Tribunal de Contas da União.CARLOS LUPI - Projeto de lei que dispõe sobre o ColégioPedro lI.- Requerimento de informações ao Ministério de Minase Energia a respeito de concursos realiza<strong>dos</strong> pela Petrobrás.LUCI CHOINACKI - Requerimento de informaçõesao Ministério da Previdência Social sobre débitos de usinasdo setor sucroalcooleiro.- Requerimento de informações ao Ministério da Agricultura,do Abastecimento e da Reforma Agrária, por intermédioda Conab, sobre contrato de quebra zero firmado entrea empresa e armazém da Cooperativa Regional Itaipu.GIOVANNI QUEIROZ- Requerimento de informaçõesao Ministério do Bem-Estar Social sobre convênios celebra<strong>dos</strong>com o Governo do Estado do Pará.- Requerimento de informações ao Ministério da IntegraçãoRegional sobre convênios celebra<strong>dos</strong> com o Governodo Estado do Pará.JOSÉ CICOTE E NILMÁRIO MIRANDA - Requerimentode informações ao Ministério da Fazenda sobre empresasprodutoras de álcool do Estado de Mato Grosso doSul multadas pelo Ministério do Trabalho por descumprimentoda legisla9ão trabalhista.NILMARIO MIRANRA E JOSÉ CICOTE - Requerimentode informações ao Ministério do Trabalho e Administraçãosobre situação das em,presas que menciona com relaçãoao FGTS.- Requerimento de informações ao Ministério da Justiçasobre contratos de trabalho celebra<strong>dos</strong>, com anuência da Funai,entre indígenas e destilarias e ou cooperativas agrícolasdomiciliadas no Estado do Mato Grosso do Sul.- Requerimento de informações ao Ministério da Fazendasobre recebimento de incentivos fiscais do Governo Federalpelas empresas que menciona.- Requerimento de informações ao Ministério da PrevidênciaSocial sobre situação das empresas que menciona perantea Previdência Social.FÁBIO FELDMANN -Indicação ao Poder Executivode adoção de providências parao efetivo controle <strong>dos</strong> impactosambientais causa<strong>dos</strong> pelo turismo ao Parque Nacional Marinhode Fernando de Noronha.PAULO RAMOS - Projeto de lei que determina a proibição,por pessoas jurídicas, de descontar ou incorporar asalários de trabalhadores contrata<strong>dos</strong>, percentuais de qualquervalor, referente a custeio de alimentação, e dá outras providências.JARVIS GAIDZINSKI E OUTROS - Proposta deemenda à Constituição que extingue o Tribunal de Contasda União, cria a Comissão de Contas do Congresso e dáoutras providências.MARCELINO ROMANO MACHADO - Projeto delei que dispõe sobre o atendimento especializado aos portadoresde deficiência de audição.- Indicação ao Poder Executivo, por intermédio do Ministério'da Agricultura, do Abastecimento e da ReformaAgrária, da conveniência de convênios com as Prefeituras,visando à transferência da responsabilidade pela estocagemde grãos e armazenamento de alimentos para distribuição apessoas carentes.PAULO DUARTE - Requerimento de informações aoMinistério da Fazenda sobre arrecadação do IPMF no períodode 26 de agosto a 16 setembro do corrente.RITA CAMATA - Requerimento de informações aoMinistério das Relações Exteriores sobre denúncia de parlamentarfrancês acerca de tráfico de menores do Brasil paraa Itália.HAROLDO LIMA - Requerimento de informações aoMinistério das Relações Exteriores sobre estabelecimento derelações diplomáticas entre o Brasil e a República PopularDemocrática da Coréia.- Proposta de fiscalização e controle <strong>dos</strong> atos da ComissãoDiretora do Programa Nacional de Desestatização relativosao leilão de privatização da Cosipa e das negociaçõesenvolvendo o controle acionário da siderúrgica.JACKSON PEREIRA - Requerimento de informaçõesao Ministério da Integração Regional sobre contas do DNOCSvinculadas, na CEF, destinadas a cobrir despesas de perfuraçãode poços em Pernambuco.- Requerimento de informações ao Ministério de Minase Energia sobre a importação de álcool.- Requerimento de informações ao Ministério de Minase Energia sobre a Portaria n 9 16, de 1993.LUIZ GUSHIKEN - Requerimento de informações aoMinistério da Fazenda sobre manutenção de prédio de apartamentossituado em Sáo Paulo, Estado de São Paulo, peloBanco do Brasil.MAURÍCIO CALIXTO - Projeto de lei que determinaque, na emissão <strong>dos</strong> contracheques <strong>dos</strong> servidores <strong>dos</strong> trêsPoderes, o Tesouro Nacional inclua e especifique todas asvantagens pagas, e dá outras providências.o SR. PRESIDENTE (Paulo Delgado) -ao horário deVII -Vai-se passarCOMUNICAÇÕES PARLAMENTARESTem a palavra o Sr. Ronaldo Caiado, pelo Bloco Parlamentar.
Setembro de 1993 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 17 19759o SR. RONALDO CAIADO (Bloco Parlamentar - GO.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr t6 e Srs. Parlamentares,quero, neste momento, aplaudir a decisão do SupremoTribunal Federal que cancelou, na data de ontem, a cobrançado famigerado IPMF - Imposto Provisório so.bre MovimentaçõesFinanceiras.Sr. Presidente, durante muitos meses discutimos nestaCasa a necessidade de se promover um ajuste fiscal, a necessidadede diminuir a carga tributária. O ex-Ministro Paulo Haddadtrouxe uma proposta de ajuste fiscal que sequer foi debatidacom profundidade. No final, o que o Governo querianão era diminuir o número de tributos, mas, sim, beneficiar-sedaquela campanha feita em âmbito nacional em torno do impostoúnico para, na esteira dessa proposta, criar o IPMF.Naquela época, advertimos o quanto esse imposto seriapenalizador (principalmente para o setor primário), o quantoseria inflacionário, o quanto penalizaria o consumidor final,que sem dúvida pagaria pelos produtos da cesta básica, umpreço acrescido em mais de 12 ou 14%.Em debates aqui também o Deputado Roberto Magalhãesalertou para o fato de que aquele imposto feria princípiosreconheci<strong>dos</strong> mundialmente, como o da imunidade tributáriarecíproca, ou seja, a União, os Esta<strong>dos</strong> e Municípios nãodevem tributar-se entre si. Invocamos ainda naquele momentoprincípio que foi levantado ontem pelos Ministros do SupremoTribunal Federal: o da anterioridade, isto é, um imposto outributo não pode ser cobrado no mesmo ano em que for instituído.Mas, impressionantemente, mesmo diante de todas essasirregularidades, inconstitucionalidades, ilegalidades, esta Casavotou favoravelmente à mudança da Constituição, à normatizaçãoda lei para a implantação do IPMF. É isso, Sr. Presidente,que assusta a população. No final, nas últimas votações,éramos no máximo 87 Deputa<strong>dos</strong> que tínhamos coragem dedizer que não nos curvaríamos àquelas pressões que presenciamosaqui. Na minha ainda curta experiência parlamentar,nos meus dois anos e meio aqui, jamais vi situação semelhante.Mais de quatro ministros desfilavam pelos corredores desteplenário para solicitar, pressionar, quase patrulhar diretamentecll"da um <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>, constrangendo-os, sem dúvidaalguma, impedindo-os até de se levantarem contra a inconstitucionalidade,a ilegalidade de que se reveste o IPMF, pormedo de sofrerem uma retaliação em suas bases, em seusEsta<strong>dos</strong>.Mas sempre tivemos a certeza de que seríamos vitoriosos,e o Supremo Tribunal Federal mostrou há poucos dias queestávamos certos, revogando sem dúvidas a cobrança nos Esta<strong>dos</strong>e Municípios, garantindo aos Prefeitos e Governadorescondições de poderem manipular as suas escassas verbas parafazer com que esse dinheiro beneficie diretamente a população.Ontem, vimos o Supremo Tribunal Federal fechar comchave-de-ouro o julgamento, tranqüilizando a população,principalmente aqueles cidadãos mais simples, que vivem desalário, aqueles profissionais liberais que têm dificuldades demanter sua família e estavam sendo sangra<strong>dos</strong> em 0,25% acada emissão de cheque.Então, venho dizer a esta Casa que, por favor, em próximasvotações não cometa falhas como essa. Hoje, na imprensatoda, repercutem entrevistas com os líderes nacionais. A to<strong>dos</strong>é imposta a seguinte indagação: Teremos de cumprir, quan<strong>dos</strong>e tratar de causas tributárias, as decisões do Congresso Nacional,ou devemos aguardar a decisão do Supremo TribunalFederal?Sr. Presidente, não podemos colocar esta Casa, que tema função de legislar, em situação de descrédito como essaa que está submetida diante da população. Precisamos conscientizar-nosde que estamos aqui para ajudar um governoque tenha planos e propostas, mas não podemos gastar muitasvelas com defunto ruim.Conclamo, então, esta Casa a refletir, para que agora,neste momento de revisão constitucional, possamos promoverum verdadeiro ajuste fiscal, aquele que a população espera,e não o engodo de mais impostos. Queremos uma revisãoque venha realmente tranqüilizar e simplificar a vida daquelesque não querem viver na clandestinidade e muito menos verfalidas suas empresas em face da necessidade de quitar to<strong>dos</strong>os 59 impostos criá<strong>dos</strong> nestes últimos anos.Sr. Presidente, quero ainda comentar uma matéria queocupa as páginas <strong>dos</strong> jornais de hoje. Sobre o, fato de queos Governadores Luiz Antônio Fleury Filho e Iris Rezende,respectivamente <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> de São Paulo e Goiás, admitemapoiar o Governo, nunca tive dúvidl:\.s. Houve uma grandeencenação. O Governador de Goiás, lris Resende, não rompeucom o Governo por querer apoiar um plano, muito menospor ter o Governo deixado de apresentar um plano para diminuiro processo inflacionário e a fome, para dar oportunidadede emprego a quem está desempregado ou para melhoraras condições <strong>dos</strong> setores de saúde e educação. O GovernadorÍris Rezende reagiu em decorrência da nomeação do ex-Senadore ex-Governador de Goiás Henrique Santillo para oMinistério da Saúde. É isso, sem dúvida alguma, o que descredenciao Governo do Estado de Goiás, no qual o povo estávendo a figura maior do fisiologismo político. O que queremé só a sua parte do bolo para comer. Não estão preocupa<strong>dos</strong>com programa de governo nem com propostas para a revisãoconstitucional. Estão interessa<strong>dos</strong> apenas em abocanhar 99%<strong>dos</strong> cargos federais no Estado de Goiás para o PMDB e emter também alguns representantes seus no Governo Federal.Sr. Presidente, eram estas as minhas observações.O SR. PRESIDENTE (Paulo Delgado) - A Mesa concedea palavra ao próximo orador inscrito, nobre DeputadoBenedito Domingos, do PP, S. Ex~ dispõe de 10 minutos.O SR. BENEDITO DOMINGOS (PP - DF) - Sr. Presidente,Sr' e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, o jornal O Globo, na "Colunado Swann", publicou hoje nota em que se atribui à minhapessoa crítica ao Presidente do meu Partido, Álvaro Dias,sobre o qual eu teria afirmado que não dispõe de apoio sequerdentro do próprio PP.Essa versão não par):iu de mim. Nunca disse a ninguémo que foi publicado, e jamais o faria. Não sei a origem dessasinformações. Talvez a intenção seja dividir o partido ou semeara discórdia na cúpula do PP, que hoje marcha harmonicamentee tem demonstrado trabalho de profunda coesão <strong>dos</strong>eu corpo administrativo, entre seus Deputa<strong>dos</strong> e Senadores.Uso esta tribuna para registrar a nossa estranheza dianteda publicação de semelhante nota. ~pesar de termos poucaconvivência com o ex-Governador Alvaro Dias, apesar tambémde discordarmos, algumas vezes, do açodamento de certospronunciamentos que faz sem ouvir a bancada e o própriopartido, jamais usaríamos os termos que foram publica<strong>dos</strong>.Acho que o ex-Governador tem mérito e qualidades paradisputar cargos eletivos neste País, inclusive a Presidênciada República. Só que ainda é muito cedo para se fazer o