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01 - Melhor que chocolate

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— Não, eu como os de Domini<strong>que</strong> Richard — Cade disse no momento em <strong>que</strong> Sylvain<br />

chegou a eles. — Não consigo dar esses.<br />

Sylvain apertou os lábios, olhando para eles: — Nada de cordas de rapel, Christophe.<br />

— Como você sabe? Você já a viu? — Christophe irradiava cobiça; seus olhos<br />

brilhavam. — Pegou-a no flagra?<br />

— A<strong>que</strong>le lugar é o meu laboratoire — Sylvain o lembrou, mas com uma ênfase peculiar,<br />

como se quisesse deixar claro <strong>que</strong> o local era seu e não de qual<strong>que</strong>r outra pessoa, de qual<strong>que</strong>r<br />

cabeça-dura.<br />

A cabeça de Cade, provavelmente.<br />

— Por <strong>que</strong> você não vai dormir um pouco e nos deixa em paz? Parece <strong>que</strong> você precisa<br />

descansar — Cade disse.<br />

Ele lançou-lhe um olhar tão amargo quanto o <strong>chocolate</strong> <strong>que</strong> havia deixado em sua porta.<br />

Ela engoliu em seco. Na verdade, as trevas da<strong>que</strong>le olhar fizeram com <strong>que</strong> sua respiração<br />

ficasse curta, fizeram-na sentir suas entranhas estremecidas e derretidas.<br />

— Eu também estaria cansado se uma ladra tão bonita tivesse invadido meu laboratoire<br />

— disse Chistophe, denotando alegria. — Eu não conseguiria pregar o olho.<br />

Sylvain parecia estar seriamente considerando fazer algum tipo de violência ao outro<br />

homem. Cade não tinha ideia do <strong>que</strong> o blogueiro de culinária havia feito para aluciná-lo tanto.<br />

Para ela, parecia <strong>que</strong> a<strong>que</strong>la história de ladrão de <strong>chocolate</strong> havia causado danos a ela e sua<br />

família, bem como aos 30 mil funcionários, e aos seus fornecedores e comerciantes — e<br />

nenhum problema a Sylvain.<br />

O garçom reapareceu com o café de Christophe e seu suco de damasco. Sylvain balançou<br />

a cabeça ao ver o suco. — Como você consegue consumir tanto açúcar?<br />

— Tentei pedir leite — Cade proclamou em defesa própria. — Não quiseram vendê-lo<br />

para mim.<br />

Sylvain ergueu as sobrancelhas e foi até o bar. Cade o viu trocar algumas palavras com o<br />

homem atrás do balcão. Em seguida, colocou duas moedas minúsculas sobre o balcão em<br />

troca de uma caixinha de leite. Voltou e colocou-a na frente dela sem nada dizer.<br />

Quando ela pegou a caixa, teve uma sensação estranhamente semelhante à<strong>que</strong>la de quando<br />

segurou seu talismã, a Barra Corey, como se estivesse segurando algo <strong>que</strong> lhe desse uma<br />

sensação especial, a de sentir-se amada.<br />

Ela tinha mesmo <strong>que</strong> segurar a caixa.<br />

E percebeu <strong>que</strong> ele usara tu ao dirigir-lhe a palavra. Tu, como um selo de propriedade,<br />

enquanto Christophe usara vous.<br />

Tu e leite e o <strong>chocolate</strong> amargo, amargo. Ela sorriu um pouco, tocando a extremidade da<br />

caixa de leite.<br />

Sylvain sentou-se com eles sem ser convidado, pegou o copo fino e alto <strong>que</strong> viera com a<br />

garrafa de suco de damasco, e derramou o leite no copo, passando-o para as mãos de Cade.

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