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Ela fixou os olhos no copo, sentindo-se mais uma vez como uma gata. O <strong>que</strong> faria dele... O<br />
quê?... Seu dono, já <strong>que</strong> ele estava colocando leite para ela?<br />
Sob a mesa pe<strong>que</strong>na, as pernas dele apertaram as dela.<br />
Engraçado como ela sabia <strong>que</strong> as pernas eram dele, e não as de Christophe. E desejava<br />
<strong>que</strong> ele estivesse fazendo aquilo de propósito. Mas o fato era <strong>que</strong> a mesa era minúscula. Onde<br />
mais ele poderia colocar as pernas?<br />
Como ela poderia passar uma melhor imagem sua para Christophe, para <strong>que</strong> ele a<br />
divulgasse na mídia, quando Sylvain estava lá a distraí-la, roubando o foco <strong>que</strong> inicialmente<br />
era seu? Ela se perguntava se poderia contratar alguém <strong>que</strong> se tornasse um famoso blogueiro<br />
de culinária a fim de difundir imagens positivas da Corey Chocolate.<br />
É claro <strong>que</strong> sim. Era o <strong>que</strong> chamavam de publicidade. Ninguém trata mal <strong>que</strong>m lhe dá<br />
dinheiro. — Ando pensando <strong>que</strong> a Chocolates Corey deva levar vantagem quanto ao potencial<br />
de publicidade dos blogueiros de culinária — disse ela, com um sorriso dissimulado. — Você<br />
aceita anúncios no seu site, não?<br />
— Isso é interessante — Christophe falou. — Ontem mesmo a Mars me contatou a<br />
respeito.<br />
A<strong>que</strong>les tubarões. Ela podia ver seus sorrisos maliciosos ao tomarem a iniciativa.<br />
— Mas acho <strong>que</strong> haveria um conflito de interesses — ele ponderou. — Honestamente,<br />
prefiro apenas manter a publicidade dos pe<strong>que</strong>nos artisanat. É algo mais de acordo com o <strong>que</strong><br />
sou.<br />
Cade caiu, derrotada. Haveria um único problema <strong>que</strong> o dinheiro pudesse resolver para<br />
ela na<strong>que</strong>le país?<br />
Silêncio. Os dois homens trocaram olhares frustrados. Mas nenhum parecia disposto a<br />
entender a mensagem do outro e ir embora.<br />
O garçom apareceu com um expresso duplo para Sylvain. Ele lançou-lhe um olhar<br />
cansado, como se o melhor para ele agora fosse uma cama. Enfim, bebeu um grande gole do<br />
café.<br />
— Tu as aimé ton chocolat? — Sylvain perguntou para Cade.<br />
Ela sentiu um calafrio passar por todo o corpo, uma mescla de prazer e penumbra. —<br />
Estava muito bom — respondeu ela com vagar. — Mas era muito amargo.<br />
— Você aceitaria outro depois de comer o primeiro?<br />
Acho <strong>que</strong> eu aceitaria qual<strong>que</strong>r coisa <strong>que</strong> você me desse — ela pensou, com os olhos<br />
nos dele por um momento. Em seguida, forçou-se a desviar o olhar. — Como consumidora?<br />
Talvez um, na hora certa. Mas, aí, eu gostaria de algo um pouco mais doce.<br />
— Você criou um novo <strong>chocolate</strong>? — Christophe interrompeu com interesse. — Um<br />
amargo? Que fascinante! Posso experimentar?<br />
Sylvain tamborilou os dedos de uma das mãos na mesa, provavelmente para não bater na<br />
cabeça de Christophe. — Não estou planejando vendê-lo na loja.