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CAPÍTULO 25<br />
— TENHO DUAS notícias, uma boa e uma ruim — disse Sylvain na manhã<br />
seguinte.<br />
O coração de Cade mudou de ritmo. Sabia, no final das contas, <strong>que</strong> ele iria deixá-la saber<br />
<strong>que</strong> tudo o <strong>que</strong> eles estavam vivendo não passava de uma brincadeira. Ele era simplesmente<br />
sexy demais para qual<strong>que</strong>r mulher. — Qual é a má notícia?<br />
Ele hesitou. — Talvez eu deva dar-lhe as notícias, ou melhor, a notícia, e você decide<br />
qual parte você acha horrível e qual parte lhe parece divertida.<br />
Ela segurou o iogurte <strong>que</strong> tomava com cuidado. O iogurte pouco adoçado. A<strong>que</strong>la era a<br />
primeira vez em dez dias <strong>que</strong> tentava tomar um café da manhã saudável, e ele escolheu<br />
justamente a<strong>que</strong>le momento para trazer uma notícia <strong>que</strong>, ao <strong>que</strong> tudo indicava, era no mínimo<br />
confusa. Aquilo estava errado.<br />
— Nós fomos convidados para uma festa de aniversário.<br />
Ela ficou ainda mais assustada. — Quem convidou? O <strong>que</strong> <strong>que</strong>r dizer com “nós”?<br />
Ele apertou os lábios. — Tudo bem, então, eu fui convidado para uma festa de<br />
aniversário. Normalmente, posso levar alguém comigo. Isso é um problema? Você prefere não<br />
vir?<br />
Ela não costumava sair muito. E já não saía havia muito tempo. Aquilo parecia um<br />
convite para sair. Não, aquilo soava como apresentar uma namorada a um grupo de amigos.<br />
Talvez fosse normal eles fazerem esse tipo de coisa na França...<br />
— Festa de <strong>que</strong>m?<br />
— Meu primo Thierry, <strong>que</strong> está fazendo 50 anos.<br />
Apresentar uma namorada à família. Cade sentiu como se estivesse dirigindo por uma<br />
estrada sinuosa e, de repente, o assoalho do carro tivesse caído, e então ela percebesse <strong>que</strong><br />
estava em uma montanha-russa.<br />
Reuniões familiares não eram o tipo de coisa <strong>que</strong> ela curtia. Ela as evitava com<br />
frequência desde seus anos de colégio, por causa da pressão, por causa do poder imposto pela<br />
família e das situações forçadas <strong>que</strong> poderiam ser medonhas. Não era mesmo dada a essas<br />
coisas, como sair, ou encontrar amigos e familiares, nem mesmo fazer sexo, desde <strong>que</strong> jurou,<br />
ao terminar a faculdade, não manter ligações.<br />
Até... O <strong>que</strong> ela estava fazendo agora, é claro! Talvez, se ela fosse mais normal, soubesse<br />
o <strong>que</strong> estava fazendo.