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01 - Melhor que chocolate

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Mas ele puxou-o para longe dela como se estivesse com uma doença contagiosa.<br />

Tudo bem, isso provou <strong>que</strong> ele se importava. Por outro lado, tudo tinha ido do céu ao<br />

inferno em minutos.<br />

— É uma emergência. A Total Foods acaba de fazer uma oferta de aquisição pela Devon<br />

Candy. Sabe o <strong>que</strong> isso significa?<br />

Ele apenas olhou para ela, sério. — Não.<br />

O <strong>que</strong> não surpreendeu, uma vez <strong>que</strong> ela ainda não sabia como dizer aquilo em francês.<br />

— Não podemos permitir <strong>que</strong> a Total Foods fi<strong>que</strong> com a Devon Candy. Simplesmente não<br />

podemos. Temos de fazer alguma coisa para impedir <strong>que</strong> isso aconteça — assim <strong>que</strong> disse<br />

aquilo, uma parte de seu cérebro estava trabalhando: Eles tinham 3 bilhões reservados em<br />

caixa. A oferta de aquisição da Total Foods foi de 17,6 bilhões, e provavelmente não era sua<br />

oferta final. Podíamos conseguir um financiamento...<br />

— Então, isso é mais importante para você do <strong>que</strong>... — Sylvain conteve-se, calando a<br />

boca e fazendo um gesto de corte com a mão.<br />

Ela hesitou, tentando pensar com calma, tentando descobrir as implicações do <strong>que</strong> ia<br />

dizer antes mesmo <strong>que</strong> dissesse. Ele havia ficado em silêncio. Mas havia chegado até a<br />

metade da pergunta antes <strong>que</strong> hesitasse e, portanto, não foi difícil para ela decifrar o resto. —<br />

Você está dizendo <strong>que</strong> eu tenho <strong>que</strong> escolher? Que posso ser a Cade Corey do Chocolate<br />

Corey ou posso ser a sua... — Sua o quê? — Aqui, com você, mas não posso ser ambas?<br />

Ele estava supersério, a pureza de seu rosto era de cortar o coração, como uma obra de<br />

arte <strong>que</strong> ela havia acabado de despedaçar. — Eu estou aqui. Você está indo para os Estados<br />

Unidos. Colocando um grande oceano entre nós.<br />

Ela esfregou os dedos entre as sobrancelhas, a adrenalina segurando as lágrimas, sentindo<br />

urgência e angústia. — Preciso ir agora. Não vá...?<br />

Não vá pegar a primeira parisiense bonita <strong>que</strong> entrar na sua loja; você vai esperar por<br />

mim?<br />

Como é <strong>que</strong> alguém tem o direito de pedir isso para uma pessoa <strong>que</strong> conheceu apenas há<br />

alguns dias? Será <strong>que</strong> ela havia enlou<strong>que</strong>cido? O <strong>que</strong> eles eram? Ela nem mesmo tinha certeza<br />

de <strong>que</strong> ele não estava saindo com Chantal. Mas se ela não sabia com certeza se ambos tinham<br />

ou não um relacionamento monogâmico — de duração inferior a duas semanas, no qual o foco<br />

da relação havia sido puramente sexual — então, como ela poderia pedir <strong>que</strong> ele esperasse<br />

por ela?<br />

Ela própria acabou expressando seriedade. — Vou voltar — ela prometeu, olhando nos<br />

olhos dele. Ela podia não ter o direito de fazer pedidos, mas sabia muito bem como fazer<br />

promessas. E ela sabia como mantê-las. Ela tinha o controle parcial dos destinos de muito<br />

mais de 30 mil funcionários da Corey — ela havia parado de contar quando criança por causa<br />

da vertigem <strong>que</strong> podia causar. Ela sabia como garantir as próprias palavras.<br />

Ela estendeu as mãos na direção dele. — Faça... O <strong>que</strong> achar melhor fazer. A decisão é<br />

só sua. Mas eu vou voltar.

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