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EPÍLOGO<br />
DOIS DIAS DEPOIS, Sylvain estava esculpindo uma árvore de Natal, <strong>que</strong> em<br />
breve seria decorada com ornamentos cheios de ganache para as festividades natalinas do<br />
Palácio do Eliseu, quando dois homens invadiram seu laboratoire. Inicialmente, ele nem<br />
se<strong>que</strong>r olhou para cima. Ele era considerado o melhor chocolatier de Paris, e a<strong>que</strong>la era a<br />
época de Natal. As pessoas precisavam ficar fora do seu espaço de trabalho. Mas Cade, <strong>que</strong><br />
estivera rondando sua escultura, observando-o, totalmente concentrado a usar o cinzel, o <strong>que</strong> o<br />
fazia apalpar e ficar desajeitado, enrijeceu.<br />
Sylvain olhou de lado para ela, imediatamente ficando nervoso. Nem mesmo sua mãe<br />
tinha conseguido deixar Cade visivelmente nervosa. Ele se endireitou e prestou atenção.<br />
Nenhum dos homens era alto, embora o homem na casa dos 50 anos exercesse certa<br />
impressão sobre ele. Ambos se comportavam da mesma maneira <strong>que</strong> Cade, como se fossem<br />
donos do mundo inteiro.<br />
— Sylvain Marquis — disse o homem de 50 e poucos anos, de cabelo grisalho bem<br />
cortado e a voz firme. — Sou Mack Corey. Então você é o homem <strong>que</strong> está tentando roubar<br />
minha filha.<br />
Sylvain encolheu os ombros e disse: — Ela <strong>que</strong>ria roubar o melhor. E eu também.<br />
A rigidez de Cade desapareceu.<br />
— E não estou tentando roubar sua filha. Eu já fiz isso. Então se você veio aqui para<br />
tentar desfazer o <strong>que</strong> está consumado, terá de sair do meu laboratoire.<br />
Cade ficou sem saber o <strong>que</strong> fazer, olhando para Sylvain e tomada por um terrível cho<strong>que</strong>.<br />
Talvez ela estivesse acostumada com as pessoas tendo muito mais cuidado em relação a seu<br />
pai.<br />
Mack Corey estudou-o por um longo momento e, finalmente, resmungou. — Bem, pelo<br />
menos gosto de você. Isso já é alguma coisa.<br />
O homem <strong>que</strong> devia ser o avô de Cade, James Corey, estava analisando todo o<br />
laboratoire com ambição nos olhos. Ele parecia incrivelmente ágil para um homem de 82<br />
anos, com muitas rugas e o cabelo totalmente branco, porém ereto e orgulhoso. Sylvain não<br />
havia percebido <strong>que</strong> o <strong>chocolate</strong> ao leite era tão saudável. Devem ser os ácidos esteáricos.<br />
— Um francês de verdade, honesto, bom e consagrado, um esnobe chocolatier — falou o<br />
patriarca dos Corey com satisfação, olhando Sylvain de cima a baixo, como se Sylvain fosse<br />
uma pintura a ser comprada e adicionada à sua coleção. A família tinha um talento realmente