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— Você está brincando? —A mulher parecia ultrajada. — Uma aula custa muito mais <strong>que</strong><br />
isso!<br />
As oficinas dele custam mais <strong>que</strong> 2 mil dólares? Cade ergueu as sobrancelhas conforme<br />
as paredes de pedra do século XVII ficavam entre ela e a oficina, impressionada e irritada ao<br />
mesmo tempo. — Cinco mil dólares.<br />
— Eu disse não!<br />
Qual era o problema das pessoas <strong>que</strong> viviam recusando serem compradas ultimamente?<br />
— E vou pagar por sua estada em Paris por mais duas semanas em um belo apartamento,<br />
fazendo aulas de culinária no Cordon Bleu.<br />
A mulher hesitou. Finalmente Cade estava fazendo algum progresso. Então, a mulher mais<br />
velha franziu o cenho, cheia de suspeita. — Por quê? Por <strong>que</strong> você <strong>que</strong>r tanto essa vaga?<br />
Muito bem. Alguém ia chegar para abrir as portas da oficina a qual<strong>que</strong>r momento. Cade<br />
virou-se para os demais <strong>que</strong> ali esperavam. As japonesas não davam esperança nenhuma, o<br />
dinheiro não compraria coisa nenhuma delas. Além disso, Cade não falava japonês. Ela<br />
concentrou-se nos americanos e franceses — Alguém aqui <strong>que</strong>r ganhar 5 mil dólares?<br />
Todos ficaram olhando para ela sem entender nada. Ela repetiu em francês.<br />
— Quanto vale isso em euros? — perguntou um francês. — Cin<strong>que</strong>nta centimes? 8<br />
Será <strong>que</strong> era contra a lei ser útil na França ou algo assim? Cade olhou para ele irritada.<br />
— Espere um pouco aí — a mulher de roxo interrompeu. — Eu não disse <strong>que</strong> estava<br />
recusando sua oferta. Mas vou <strong>que</strong>rer as duas semanas extras em Paris e o curso do Cordon<br />
Bleu em dinheiro, se você não se importar. Quanto dá isso? Dez mil dólares ou algo assim?<br />
Cade jamais conseguiria justificar isso em suas despesas. — Fechado — ela disse. Pelo<br />
menos, dessa forma, ela aprenderia os segredos dele.<br />
Conhecer os segredos dele... As palavras sussurravam por seu corpo, atormentando-a em<br />
mais níveis do <strong>que</strong> ela suspeitava. Os segredos do feiticeiro das trevas, em sua oficina cheia<br />
de magia.<br />
Segredos comerciais, ela esclareceu para si mesma. Segredos da arte da confecção do<br />
<strong>chocolate</strong>. Era disso <strong>que</strong> ela estava atrás. Os demais segredos ele podia guardar para ele, o<br />
canalha.<br />
— Hum... Acho <strong>que</strong> vou precisar fazer um che<strong>que</strong> para você — ela disse a mulher.<br />
A mulher resmungou e virou as costas para os demais.<br />
— Meu che<strong>que</strong> é bom — disse Cade desesperadamente. Ela não tinha tempo de negociar<br />
com mais ninguém. E não <strong>que</strong>ria esperar pela próxima oficina, independemente de quando<br />
fosse ocorrer. Poderia levar meses.<br />
A mulher de calças roxas lançou-lhe um olhar de repulsa.<br />
— Não, de verdade — Cade disse. Ela pegou o talismã <strong>que</strong> tinha sempre consigo, uma<br />
Barra Corey, um cartão comercial, e a carteira de motorista e segurou tudo nas palmas das<br />
mãos. — Veja.