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PROGRAMA DE GOVERNO SP DA GENTE - JILMAR TATTO PREFEITO

Construído de forma democrática – como será meu governo – este texto é fruto de experiência, participação popular, profundo conhecimento da cidade e das necessidades da população.

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AMBULANTES

O trabalho na economia popular é a realidade de um imenso contingente de pessoas

que, sem emprego, criam alternativas na luta pela sobrevivência. Em um país desigual

e de grande injustiça social como o Brasil, pessoas consideradas desempregadas ou

subempregadas pelos números oficiais, ou ‘empreendedoras’ pelo jargão neoliberal, são

trabalhadoras que não têm a opção de ficar em casa enquanto uma vaga de emprego

formal não aparece, nem de dispensar ofertas de trabalho sem vínculo empregatício,

mal pagas e com jornadas exaustivas. São trabalhadoras(es) sem direitos, mas que

inequivocamente movem a economia da cidade.

A renda básica emergencial aprovada nacionalmente, somente depois de muita pressão

dos movimentos sociais, organizações da sociedade civil e de seus representantes

parlamentares, não tem oferecido condições suficientes para enfrentar este período

de alta instabilidade e vulnerabilidade. Primeiramente, porque precisaria chegar sem

burocracia e com rapidez ao bolso dos trabalhadores, o que não vem acontecendo.

Muitos trabalhadores informais têm reclamado da dificuldade de acessar os recursos,

e quem tem fome, tem pressa. Outras iniciativas emergenciais são necessárias, tais

como a isenção das contas de serviços básicos (luz, água e gás) e isenções de taxas

para as permissões de uso do solo público. São urgentes ainda as ações de distribuição

de alimentos e itens de limpeza, seja pela ação comunitária ou pelo poder público,

garantindo um mínimo de proteção social neste momento de crise e calamidade pública.

Os vendedores ambulantes da cidade de São Paulo regularizados pela Prefeitura

dividem-se em dois grupos: os permissionários, detentores do Termo de Permissão de

Uso – TPU, e os trabalhadores com autorização temporária de venda ambulante no

programa “Tô Legal”. Quando a gestão atual lançou o programa “Tô Legal”, afirmou,

com alarde, que o objetivo seria alcançar 45 mil ambulantes. Ocorre que a taxa de cerca

de R$ 800,00 para obter a licença e a destinação de pontos por apenas três meses

funcionam como desincentivos e o número de inscritos no programa hoje é de menos

de 15 mil.

O trabalho ambulante é extremamente penoso. A categoria está sujeita a todo tipo de

violação e processos de criminalização, achaques de fiscais corruptos e arbitrariedade

do poder público, apreensão de mercadorias, com grande violência policial, que cassa

os TPUs, muitas vezes sem qualquer explicação. Outro problema a ser enfrentado é

a enorme violência a que as mulheres ambulantes estão submetidas, descrita no

“Dossiê de violações de direitos de trabalhadores ambulantes e domiciliares imigrantes”

(CGGDH/2012). São violências com a dupla discriminação pela atividade informal e por

serem mulheres, perseguições, assédio sexual, tentativas de suborno e corrupção,

apropriação indébita das mercadorias e o não reconhecimento da atividade produtiva.

Na São Paulo das Oportunidades, ambulantes são tratados com respeito e dignidade.

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