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A Empresa <strong>de</strong> Corpo, Mente e Alma<br />
Escutava atento o diálogo quando o senhor Nicanor afirmou, contun<strong>de</strong>nte:<br />
“Senhor Ranulfo, se a <strong>empresa</strong> não <strong>de</strong>r o leite o pessoal vai fazer greve.”<br />
Desta vez não foi possível controlar a ira. Aos gritos o senhor Ranulfo<br />
vociferou, pondo para fora o chefe da fábrica:<br />
“Já disse que não há risco <strong>de</strong> intoxicação, não vou dar leite para ninguém,<br />
afinal <strong>de</strong> que lado você está?”<br />
O senhor Nicanor tropeçou em um <strong>de</strong>grau que havia na saída da sala e<br />
retirou-se resmungando.<br />
O senhor Ranulfo, ainda vermelho, olhou para mim indignado e disse:<br />
“Está vendo, eu pessoal<strong>mente</strong> fui cuidar <strong>de</strong>sse assunto, não existe risco <strong>de</strong><br />
intoxicação e esse pessoal fica enchendo... É o que lhe digo, quem está<br />
preocupado com os resultados? Com a concorrência? Com as quedas <strong>de</strong><br />
vendas? E aí, o que eu faço numa hora como essa?”<br />
respondi c<strong>alma</strong><strong>mente</strong>, em tom <strong>de</strong> voz mo<strong>de</strong>rado:<br />
“Dê o leite!”<br />
Parece que o senhor Ranulfo entendia pouco <strong>de</strong> significado e influência no<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho. Será que queria mesmo pessoas comprometidas ou<br />
preferia pessoas obedientes?<br />
Motivação: a <strong>alma</strong> em euforia<br />
“O verda<strong>de</strong>iro ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />
não consiste em achar terras novas, mas em vê-las com<br />
outros olhos.”<br />
A <strong>empresa</strong> com <strong>alma</strong> é preocupada com a satisfação das pessoas. Não aceita<br />
com facilida<strong>de</strong> a crença quase generalizada <strong>de</strong> que “se trabalha apenas para<br />
viver e fazer outra coisa”. A <strong>empresa</strong> com <strong>alma</strong> não aceita que o trabalho seja<br />
uma inconveniência <strong>de</strong> oito horas diárias na vida das pessoas, e vida intensa,<br />
abundante.<br />
As <strong>empresa</strong>s <strong>corpo</strong> e <strong>mente</strong> são hábeis em eliminar focos <strong>de</strong> insatisfação.<br />
Priorizam os reajustes salariais e os benefícios como fatores <strong>de</strong> motivação. Não<br />
existe a crença <strong>de</strong> que o trabalho seja uma ativida<strong>de</strong> prazerosa, portanto é<br />
necessário “corromper” os funcionários com coisas que os façam felizes fora da<br />
<strong>empresa</strong>. Salário, assistência médica, vale refeição, cesta básica <strong>de</strong> bens,<br />
benefícios, grêmios, churrascos, campeonatos <strong>de</strong> futebol são mecanismos <strong>de</strong><br />
motivação que tentam satisfazer os funcionários fora do local <strong>de</strong> trabalho. Não<br />
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