As Ideologias e o Poder em Crise
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Em segundo lugar, dada a sua colocação de partidos<br />
intermediários, os partidos de terceira força são pequenos por<br />
destinação e, portanto, permanent<strong>em</strong>ente minoritários. Mas têm<br />
uma relevância política maior do que sua força eleitoral porque,<br />
estando no meio das duas forças principais, pod<strong>em</strong> mover-se <strong>em</strong><br />
direção ao partido de direita ou <strong>em</strong> direção ao partido de esquerda e<br />
formar a maioria ora com um ora com outro: daí o nome de<br />
"partidos-dobradiça" que se lhes atribui.<br />
Mas o sist<strong>em</strong>a partidário italiano é um sist<strong>em</strong>a anômalo, como<br />
já várias vezes foi observado. Há algumas peculiaridades da terceira<br />
força, tanto no que toca à relevância política quanto ao âmbito ou<br />
extensão, que merec<strong>em</strong> ser consideradas para evitar mal-entendidos e<br />
discussões ociosas.<br />
Segundo a interpretação mais corrente e mais correta,<br />
proposta por Giorgio Galli, o sist<strong>em</strong>a político italiano é um<br />
bipartidarismo imperfeito, ou seja, um sist<strong>em</strong>a onde há dois grandes<br />
partidos, um que até hoje s<strong>em</strong>pre esteve no governo e outro que<br />
nunca esteve. Numa situação desse tipo, o partido que se considera<br />
de terceira força por excelência, como o republicano, só pôde formar<br />
alianças com um dos dois grandes partidos, e, por conseqüência, sua<br />
relevância política foi muito subestimada, quando, na verdade, nos<br />
sist<strong>em</strong>as partidários normais, sua relevância política consiste na<br />
possibilidade de formar governos de coligação tanto à esquerda como<br />
à direita. No dia <strong>em</strong> que os partidos de esquerda chegar<strong>em</strong> a um<br />
acordo para formar um governo alternativo com a d<strong>em</strong>ocracia cristã,<br />
a terceira força estará à disposição para dar sua própria<br />
contribuição, se necessário, para formar uma coligação de esquerda?<br />
No presente momento parece improvável uma resposta positiva. Mas<br />
exatamente <strong>em</strong> não poder<strong>em</strong> colocar seu peso, mesmo pequeno, num<br />
ou noutro prato da balança, está a razão da maior fraqueza dos<br />
partidos intermediários italianos.<br />
Uma outra peculiaridade, uma aparente estranheza, é esta: a<br />
terceira força está no agrupamento partidário, no meio, ou seja, no