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As Ideologias e o Poder em Crise

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para gastar; b) que o Estado tenha condições de resolver os conflitos<br />

surgidos inevitavelmente onde <strong>em</strong>erg<strong>em</strong> novos direitos e novos deveres; c)<br />

que o Estado possa valer-se da força para resolvê-los, pelo menos <strong>em</strong><br />

última instância.<br />

<strong>As</strong>sim como estes três poderes, que constitu<strong>em</strong> o núcleo mínimo do<br />

Estado, de todo Estado, do Estado enquanto tal, quando estão<br />

concentrados nas mãos de um grupo dominante, pod<strong>em</strong> transformar-se<br />

de instrumento de segurança coletiva <strong>em</strong> puro instrumento de domínio,<br />

dadas a extraordinária intensidade e densidade do poder de que o<br />

ordenamento do grande Estado territorial pode dispor, assim a formação<br />

desse ordenamento foi quase s<strong>em</strong>pre acompanhada de uma série de<br />

reivindicações que tiveram como escopo instituir mecanismos de controle<br />

de poder, como a distribuição vertical dos poderes, ou seja, a separação<br />

do poder executivo do legislativo, a sua distribuição horizontal (separação<br />

entre o governo central e o governo local), a sua constitucionalização<br />

(determinação das competências no limite de leis fundamentais) e,<br />

finalmente, a atribuição de seu exercício direto ou indireto aos cidadãos,<br />

ou seja, aos mesmos destinatários ou beneficiários daquelas funções.<br />

Esses mecanismos, porém, não constitu<strong>em</strong> o Estado enquanto tal.<br />

Constitu<strong>em</strong> um certo tipo de Estado que corresponde mais ou menos<br />

àqueles ordenamentos políticos que estamos habituados a chamar<br />

"d<strong>em</strong>ocracias ocidentais" e aos quais, após a constituição republicana,<br />

pertence a Itália. Precisamente porque esses mecanismos não constitu<strong>em</strong> o<br />

Estado enquanto tal (conforme se pode observar pela maioria dos Estados<br />

existentes e que já existiram que deles estão privados), pod<strong>em</strong> ser<br />

destruídos um após o outro s<strong>em</strong> que o Estado seja destruído,<br />

Pelo contrário, pode acontecer que o grupo ou os grupos políticos<br />

dominantes ach<strong>em</strong> que não pod<strong>em</strong> ter outra escolha para salvar o Estado<br />

(entenda-se por salvar a enorme massa de poder concentrado que é<br />

constituído pelo aparelho de um Estado Moderno, in primis o aparelho da<br />

coação) senão libertar-se daqueles "freios e contrapesos" através dos quais<br />

a teoria e a prática constitucional procuraram armar um dique contra<br />

o poder estatal, como qu<strong>em</strong> alivia o peso para não ter que

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