pria. Bocados <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira a ar<strong>de</strong>r <strong>de</strong>slizaram até junto <strong>de</strong>la, e Dany foi salpicada por cinzas e faúlhas. E algo mais caiu, ressaltando e rolando, parando a seus pés; um bocado <strong>de</strong> rocha curva, <strong>de</strong> cor clara e com veios <strong>de</strong> ouro, quebrada e fumegante. O rugido enchia o mundo mas, <strong>de</strong> um modo ténue, Dany ouviu através da catarata <strong>de</strong> fogo gritos <strong>de</strong> mulheres e choros <strong>de</strong> crianças, maravilhadas. Só a morte po<strong>de</strong> pagar pela vida. E então ouviu-se um segundo crac, tão sonoro e cortante como um trovão, e o fumo agitou-se e rodopiou em torno <strong>de</strong>la e a pira agitou-se, com os toros a explodir quando o fogo atingiu os seus corações secretos. Ouviu os gritos <strong>de</strong> cavalos assustados, e as vozes dos dothraki em gritos <strong>de</strong> medo e terror, e Sor Jorah chamando pelo seu nome e praguejando. Não, quis gritar-lhe, não, meu bom cavaleiro, não temais por mim. O fogo é meu. Sou Daenerys, Nascida na Tempesta<strong>de</strong>, filha <strong>de</strong> dragões, noiva <strong>de</strong> dragões, mãe <strong>de</strong> dragões, não ve<strong>de</strong>s? Não VEDES? Com um vómito <strong>de</strong> chamas e fumo que subiu aos nove metros <strong>de</strong> altura, a pira ruiu e caiu à sua volta. Sem medo, Dany <strong>de</strong>u um passo para a tempesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fogo, chamando pelos seus filhos. O terceiro crac foi tão sonoro e cortante como o mundo a rasgar- -se. Quando o fogo enfim morreu e o chão ficou suficientemente frio para po<strong>de</strong>r ser atravessado, Sor Jorah Mormont encontrou-a entre as cinzas, ro<strong>de</strong>ada por toros enegrecidos, bocados <strong>de</strong> brasas incan<strong>de</strong>scentes e os ossos queimados <strong>de</strong> homem, mulher e garanhão. Estava nua, coberta <strong>de</strong> fuligem, com as roupas transformadas em cinza, o belo cabelo esturricado e <strong>de</strong>saparecido… mas incólume. O dragão creme e dourado chupava-lhe o seio esquerdo, o ver<strong>de</strong> e cor <strong>de</strong> bronze o direito. Os braços <strong>de</strong>la embalavam-nos bem perto. O animal negro e escarlate envolvia-lhe os ombros, com o longo pescoço sinuoso enrolado sob o seu queixo. Quando viu Jorah, ergueu a cabeça e olhou-o com olhos vermelhos como brasas. Sem palavras, o cavaleiro caiu <strong>de</strong> joelhos. Os homens do seu khas vieram atrás <strong>de</strong>le. Jhogo foi o primeiro a <strong>de</strong>positar o arakh a seus pés. — Sangue do meu sangue — murmurou, enterrando a cara na terra fumegante. — Sangue do meu sangue — ouviu Aggo a repetir num eco. — Sangue do meu sangue — gritou Rakharo. E <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>le vieram as aias, e <strong>de</strong>pois os outros, todos os dothraki, homens, mulheres e crianças, e Dany não teve mais que olhar para os seus olhos para saber que eram agora seus, hoje, amanhã e para sempre, seus como nunca tinham sido <strong>de</strong> Drogo. 108
Quando Daenerys Targaryen se pôs em pé o seu dragão negro silvou, com fumo claro a sair-lhe da boca e narinas. Os outros dois afastaram-se dos seios e somaram a sua voz ao chamamento, com asas translúcidas a abrir-se e a agitar o ar, e pela primeira vez em centenas <strong>de</strong> anos, a noite ganhou vida com a música dos dragões... E agora? 109
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— É sabido — concordou Jhiqui.
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Usava anéis de ouro no bigode, cam
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andar, compreendeu de imediato que
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De forma distante, como que de muit
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